Política

Juarez Silva Jr, historiador e colunista da Amazônia Real, está internado no Delphina

Historiador foi transferido nesta quinta-feira, após ficar 10 dias internado no 28 de Agosto, com vários problemas de saúde (Foto: Raphael Alves/TJAM-2018) Por Izabel Santos e Elaíze Farias Manaus (AM) – O historiador e servidor público Juarez Silva Júnior, estudioso […]

Manaus, 14/11/2018. Renan Dantas de Oliveira, arquivista do TJAM, e Juarez Silva (mestre em História Social e servidor do TJAM), que atuaram na recuperação e pesquisa de uma coleção de quatro processos do acervo do Arquivo Central do Tribunal de Justiça do Amazonas que está está entre os documentos escolhidos para o Registro Nacional do Brasil do Programa Memória do Mundo (MoW), da Unesco. O TJAM é a primeira instituição amazonense e a segunda da região Norte a figurar no registro nacional, criado em 2007, sob a chancela do Ministério da Cultura. Foto: Raphael Alves

Por Amazônia Real Publicado em: 06/11/2020 às 23:02

Historiador foi transferido nesta quinta-feira, após ficar 10 dias internado no 28 de Agosto, com vários problemas de saúde (Foto: Raphael Alves/TJAM-2018)

Por Izabel Santos e Elaíze Farias

Manaus (AM) – O historiador e servidor público Juarez Silva Júnior, estudioso do movimento de negritude e ativista de direitos humanos, está internado no Hospital e Pronto Socorro Delphina Rinaldi Aziz, desde a noite desta quinta-feira (5), mas apesar de ser referência no tratamento da Covid-19 a unidade não confirmou se o paciente contraiu a doença. Antes, ele ficou internado durante dez dias no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. A Amazônia Real apurou que ele sofreu uma parada cardíaca quando estava no HPS 28 de Agosto e apresentava problemas respiratórios e de refluxo gastroesofágico.

Jacy Braga, servidora pública e amiga de Juarez, disse à reportagem que o diagnóstico de Covid-19 veio pelo conjunto de sintomas apresentados pelo historiador e exames de tomografia feitos ainda quando ele estava no HPS 28 de Agosto, que apontaram grave comprometimento dos pulmões. No entanto, o hospital Delphina não divulgou informações sobre o diagnóstico e sobre o atual estado de saúde de Juarez nesta sexta-feira (6).

Juarez Silva Júnior, 56 anos , é colunista da agência Amazônia Real onde escreve sobre direitos humanos, negritude e afrolatinidades. Além disso, mantém um espaço pessoal na internet, o “Blog do Juarez”, que segundo as suas próprias palavras “surgiu para socializar de forma mais ampla a visão crítica de um Professor Universitário e Ativista Social com ampla atuação cibernética”.

Durante o período de internação no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, Juarez fez algumas postagens em seu perfil no Facebook relatando sua condição clínica. De acordo com seu relato, ele fez dois testes, um dos quais RT-PCR, para detecção da doença, mas que deram resultado negativo.

Até o dia da transferência ao Delphina Aziz, Juarez estava com os pulmões comprometidos, arritmia cardíaca, baixa saturação de oxigênio e não respondia como o esperado ao tratamento. Mesmo com esse quadro, ele não estava na UTI do HPS 28 de Agosto, pois não havia vagas, mas sim entubado na sala vermelha do hospital.

Em 26 de outubro, Juarez Silva Júnior se sentiu mal no trabalho e foi levado do ambulatório do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), onde é servidor, para o Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto em uma ambulância do SAMU. Desde então, ele vinha recebendo tratamento na unidade hospitalar.

No dia 30 de outubro, junto com uma foto onde aparece usando máscara e um acesso no pescoço, ele relatou que tinha sido transferido para outra ala do HPS 28 de Agosto. “Tratamento pulmonar deu certo, dúvidas na questão cardíaca. Tomando medicações e controlando tudo. Médico já passou por aqui. Vou ficar mais uns dias. Tem um Ecocardiograma pedido que só deve ser resolvido na terça. Dependendo ganho alta ou já vou para um eventual cateterismo… Segundo ele [o médico], a questão pulmonar não foi virótica, pode ter sido resultado de um infarto ou AVC… . Ou seja, cardíaco…. De qualquer forma vão descobrir o que se passou e se for o caso já saio cateterizado # VIVAOSUS !”, dizia na postagem.

Em outra postagem, no dia seguinte, Juarez comentou sobre o clima no hospital. “Estou bem. Não é uma hospedagem em SPA /Resort… . Muita medicação, o antibiótico é dolorido, mesmo administrado pelo acesso…, muita picada para exame e outras em barriga por conta da interação medicamentosa. O ambiente também tem umas coisas chatas tipo gente com crise de dor, tosse, choro, “surtos” e gritos…. Enfim. VIVA O SUS ! Mas se cuide, não venha para uma dessas por pura irresponsabilidade e negacionismo, o sistema já está para ter problemas em breve, não colabore para o aumento da curva do Covid”, postou às 12h31.

A última mensagem postada e aberta ao público foi na segunda-feira, 2 de novembro, às 6h18 da manhã. Ele relatava uma crise de cálculos vesiculares com a qual teria sofrido com muitas dores entre a noite a manhã. No horário, não havia médicos no local para que pudessem receitar a medicação adequada.

Na quarta-feira (04), Juarez voltou a se sentir mal e a apresentar cansaço. Na noite desta quinta-feira (5), por volta das 22h, ele foi transferido de ambulância e já entubado para a UTI do HPS Delphina Aziz.

História de militância pela negritude

Juarez da Silva Jr, durante evento que discute racismo, no TJAM. (Foto: Raphael Alves/TJAM)

Juarez se descreve como “mineiro de nascimento, paulista de criação, radicado no Amazonas por total opção e cosmopolita por aspiração”. Graduado em Processamento de Dados pela Universidade de Taubaté (SP) e com mestrado em História pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ele encontrou sua verdadeira vocação de vida nos movimentos sociais, onde milita pela negritude e defesa dos direitos humanos. O historiador é coordenador do Movimento Afroamazonas e ex-Conselheiro Estadual de Direitos Humanos. Juarez também é especialista em Educação a Distância pela Universidade Católica de Brasília, tema constante de seus artigos.

Desde 2017, ele exerce o cargo de analista judiciário efetivo do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), mas isso não o distanciou da militância do movimento negro no Brasil e na Amazônia. Um de seus últimos trabalhos de repercussão nacional, “Presença Negra no Estado do Amazonas: a contribuição dos arquivos do TJAM”, foi publicado na revista LexCult, revista do Centro Cultural da Justiça Federal. O artigo faz parte do projeto Memória da Justiça Brasileira, uma iniciativa do Centro Cultural Justiça Federal.

Uma amostra da aptidão de Juarez em dar visibilidade à história da negritude na Amazônia ficou clara na sua pesquisa de dissertação “Um Negro de poder no Amazonas da Primeira República: Monteiro Lopes, o Jurista e Deputado (1892-1910)”, orientado pela historiadora Patrícia Melo no mestrado em História Social, pela UFAM.

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2 Comentários

Luiz Paulo lima disse:

06/07/2022 às 21:11

Olá Juarez, meu nome é Luiz Paulo Lima, sou empresário negro, preciso muito falar contigo…meu contato no wz: 011 949091680
.o assunto é cripton moedas e smart money..Um grande abraço..

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Vivian Oliveira da Silva disse:

07/11/2020 às 01:31

Parabens pela matéria. Estou torcendo para que o Sr. Juarez se recupere logo. Em oração.

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