Meio Ambiente

Brasil chega à COP26 com imagem arranhada

Por Amazônia Real Publicado em: 29/10/2021 às 08:54

A agência Amazônia Real terá a enviada especial Alícia Lobato em Glasgow para acompanhar os grandes debates, mas também ouvindo as várias vozes dos defensores da Amazônia. (Foto: Nações Unidas/Divulgação)

Manaus (AM) – O Brasil chega à COP26 com uma imagem arranhada. Na última cúpula do clima, em dezembro de 2019, o ex-ministro do Meio Ambiente era Ricardo Salles, um notório adversário da preservação ambiental e defensor da lógica do passar a boiada. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já afirmou que não deve participar do encontro de líderes mundiais no Reino Unido. Em seu lugar, será representante do Brasil o titular da pasta, Joaquim Leite.

Espera-se que nesta Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas os 200 países signatários do Acordo de Paris apresentem seus planos de cortes de emissões de carbono até 2030 com metas mais significativas. A expectativa é alta. Em 2015, os países decidiram pactuar por uma gradativa mudança em prol de uma economia de baixo carbono. A meta acertada foi limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5ºC até 2050. E que a cada cinco anos voltariam a se reunir para apresentar seus planos nacionais atualizados.

A Amazônia Real inicia a cobertura da COP26 com uma boa notícia: a repórter Alícia Lobato será a enviada especial da agência em Glasgow, na Escócia. Ter uma jornalista acompanhando os grandes debates e também ouvindo as várias vozes que lá estarão para defender o meio ambiente é uma necessidade. Assim como observar por que outras tantas lutarão para manter tudo como está, já que a conferência envolve debater dinheiro e justiça climática. São esperadas cerca de 25 mil pessoas, incluindo líderes mundiais, negociadores, empresas, ativistas e jornalistas.

Nesta cobertura especial, a Amazônia Real acompanhará os principais debates ao longo de duas semanas, que começa no domingo e vai até 12 de novembro, mas o foco principal será colher as histórias que as imprensas brasileira e mundial costumam dar pouco destaque. Representantes de povos indígenas, quilombolas, populações periféricas, ambientalistas e ativistas estarão no Reino Unido para alertar o mundo da necessidade de frear o aquecimento global.

A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, cumpre um papel fundamental nas negociações que serão colocadas na mesa. O aumento do desmatamento sob o governo Bolsonaro tem contribuído para uma descrença global em relação ao cumprimento das metas brasileiras. E é um obstáculo para fazer com que o País seja encarado seriamente nas quatro frentes de debate dentro da COP26: mitigação (metas de redução de emissões de gases do efeito estufa), adaptação (como adaptar e proteger as comunidades e ecossistemas), finanças (como financiar a emissão global zero de carbono) e colaboração (acordos entre governos, empresas e sociedade civil).

Alícia Lobato, que realiza sua primeira cobertura internacional, espera que, no decorrer dessas duas semanas da COP26, se reconheça como é importante pensar além sobre a dimensão da crise climática e que as pessoas passem a se interessar por esse tema tão necessário e urgente. “Como uma agência que tem discutido tão fielmente o tema Amazônia e povos indígenas é muito necessário acompanharmos esse processo de perto, e pautar, principalmente, como a floresta, e tudo que envolve ela, vai ser retratada”, afirma.

Alícia Lobato na galeria de Artes do ICBEU em Manaus
(Foto: Juliana Pesqueira/Amazônia Real)

Cobertura colaborativa

A agência Amazônia Real integra ainda a COPCOLLAB26, cobertura colaborativa da COP26 realizada por coletivos, organizações, mídias independentes, midiativistas, jornalistas e comunicadores. Os textos de Alícia Lobato farão parte desse pool jornalístico, tão logo eles sejam publicados no site da agência e nas redes sociais. Nesse grupo colaborativo, estarão presentes a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), as Mídias Índia e Ninja.

A COPCOLLAB26 produzirá diferentes conteúdos multimidiáticos (imagens, vídeos e infografias), que comporão “um mosaico de diversidades e visões”, e poderão ser utilizados também pela Amazônia Real.

Parceiros da COPCOLLAB26:

Amazônia Real, Articulação Nacional das Mulheres Indígenas (Anmiga), Guerreiras da Ancestralidade, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Brasil de Fato, Carta de Belém, Casa Ninja Amazônia, Coordinadora Latinoamericano de Cine y Comunicación de los Pueblos Indígenas (Clapcpi), Colombia Informa, Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), COP26 Coalition, Culture Hack, Emergentes, Festivales Solidarios, Futuros Indígenas, Globetrotter, Jovenes por el Clima, Mídia Índia, Mídia Ninja, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Pie de Página, Revista de Frente, Telesur Tomate Rojo, Unión de Trabajadores de la Tierra (UTT) e Zorzal Diario

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Reportagem Noticiosa

Sobre a matéria

Citações

“Como uma agência que tem discutido tão fielmente o tema Amazônia e povos indígenas é muito necessário acompanharmos esse processo de perto, e pautar, principalmente, como a floresta, e tudo que envolve ela, vai ser retratada”, afirma Alícia Lobato, enviada especial da Amazônia Real

Local de Cobertura

Manaus

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