Bruno e Dom: 10 perguntas que autoridades não respondem

Já aceita pela Justiça Federal de Tabatinga, a denúncia do MPF deixa pelo menos dez perguntas no ar sobre os assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips.

Pela denúncia, os réus Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, Oseney da Costa de Oliveira, seu irmão, e Jefferson da Silva Lima cometeram o duplo homicídio por “motivo fútil"

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O motivo, segundo o MPF, seria o pedido do indigenista para que o jornalista britânico tirasse uma foto de “Pelado”, um dia antes do crime.

Pela narrativa dos procuradores, “Pelado” e Jefferson teriam decidido matar o indigenista Bruno. O jornalista Dom acabou sendo morto “para assegurar a ocultação e a impunidade” do primeiro crime.

Eliésio Marubo, advogado da Univaja

A Amazônia Real, que acompanha o caso desde o princípio, esmiuçou a denúncia do MPF, ancorada nas investigações conduzidas pela PF e Polícia Civil do Amazonas.

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De acordo com as fontes indígenas ouvidas com exclusividade, a Amazônia Real considera que existem lacunas não respondidas pelas autoridades:

A denúncia cita a perseguição da EVU a “Pelado” e afirma que Bruno filmou ameaças que levaria no dia 6 à PF de Tabatinga (AM). Isso não indicaria que o crime foi premeditado?

A denúncia não descreve os detalhes da “emboscada”. Bruno e Dom foram a uma reunião marcada com “Churrasco” em São Rafael. A preparação da emboscada aconteceu após a visita?

Segundo Jânio Freitas de Souza, Bruno e Dom estavam na comunidade às 7h20 e deveriam chegar em Atalaia do Norte às 8 horas. Que horas ocorreram as mortes?

Onde estão o celular, o notebook e a câmera fotográfica de Dom Phillips? Onde foram parar os registros do jornalista britânico?

Por que o MPF denunciou apenas três pessoas, ignorando as que ajudaram a ocultar os corpos queimados e esquartejados de Bruno e Dom?

Por que o peruano Rubem Dario da Silva Villar, o “Colômbia”, não foi citado na denúncia do MPF, embora ele seja um nome diversas vezes citado pela Univaja?

A PF conseguiu esclarecer quem é o “Colômbia”, o seu nome real, e qual é a sua nacionalidade?

Por que só em 22 de julho a PF fez buscas e apreensão de documentos na casa de “Colômbia”? Seus parentes fugiram para o Peru após sua prisão 15 dias atrás.

Por que as relações entre pescadores ilegais, traficantes, invasores da TI Vale do Javari e políticos da região deixaram de ser citadas? Por que as denúncias dos indígenas foram ignoradas?

Por que procuradores das cidades de Atalaia do Norte e de Benjamin Constant chegaram a participar da defesa dos agora réus no caso dos assassinatos?

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