As ideias de um dos maiores sertanistas do Brasil

EM 1987

Foi criado o Departamento de Índios Isolados da Funai, que mudou a política de contato para a política de não se efetuar mais contato para proteger os indígenas.

Por trás dessa decisão estava Sydney Ferreira Possuelo, reconhecido como um dos maiores sertanistas do Brasil.

Sydney Possuelo começou a trabalhar com as etnias indígenas aos 17 anos nas expedições dos irmãos Orlando (1914-2002) e Claudio (1916-1998) Villas-Bôas no Parque Nacional do Xingu.

O sertanista atuou por 42 anos na Fundação Nacional do Índio (Funai), órgão que presidiu de 1991 a 1993, e foi responsável pela demarcação da Terra Indígena Yanomami.

Em 2006, o sertanista foi demitido depois de criticar o então presidente da Funai Mércio Pereira Gomes, que disse que “os índios brasileiros têm terras demais”

Em 1987, Possuelo recebeu o diploma de Mérito Indigenista  do Ministério do Interior por “relevantes serviços prestados à causa indígena”.

Aos 81 anos, o sertanista aposentado decidiu, em março de 2022, devolver a honraria como protesto.

A mesma honraria foi dada pelo Ministério da Justiça ao presidente Jair Bolsonaro, que na cerimônia chegou a aparecer de cocar na cabeça.

Homenageado

Em abril de 2022, Sydney Possuelo foi homenageado por lideranças indígenas por seu protesto contra Bolsonaro.

“Essa foi a maior emoção da minha vida”

Sydney Possuelo

Para Possuelo, se o atual ciclo de violência, invasões e mortes não for estancado imediatamente, há o risco do desaparecimento de indígenas isolados.

“Os bandidos se sentem protegidos permanentemente pelo presidente da República quando ele diz que a cavalaria americana foi muito eficiente por matar os índios, e o Brasil não.”

Sydney Possuelo

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MONTAGEM

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Eduardo Nunomura

IMAGENS

Arquivo pessoal, Funai, Scott Wallace, Henri Ballot/ IMS, Instituto Indigenista, Valter Campanato/ Agência Brasil, Cris Ávila, Reprodução, Agência Brasil, Nay Jinkss, Nay Jinkss, Arquivo pessoal, Arquivo pessoal