Política

Cúpula do Dnit tentou suspender embargo do Ibama na BR-319

Amazonia Real Por Elaíze Farias Publicado em: 16/10/2015 às 20:17
Elaíze
Elaíze Farias

Cofundadora da Agência Amazônia Real e editora de conteúdo. É referência em reportagens sobre povos originários, populações tradicionais, denúncias de violações de direitos territoriais e direitos humanos, crise climática, violências socioambientais e impactos de grandes empreendimentos na natureza e nas populações amazônicas. Entre as premiações recebidas, está o Prêmio Imprensa Embratel de 2013. Em 2021, foi homenageada no 16º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), junto com Kátia Brasil, também fundadora da Amazônia Real. Em 2022, recebeu o Prêmio Especial Vladimir Herzog. É jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

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2 Comentários

  1. José de Souza disse:

    Basta olhar 15 minutos para a BR 230 vizinha da BR 319 para se entender a preocupação do anseio pela liberação da BR 319, média de 60 carretas de madeira/dia, 42 carretas por semana, 170 carretas/mês, 1680 carretas/ano, média de 40 toneladas de madeira cada uma, algumas com excesso até de 12 toneladas, origem terra indígena e Unidados de Conservação Federal e Estadual, acobertadas por Planos de Manejos Virtuais (existentes só em processos de licenciamento).

    Uma verdadeira farra do enriquecimento ilícito com bens públicos, a floresta, falta de fiscalização, falta de acompanhamento, desde a liberação dos manejo, desde a execução até o encerramento,gerando danos irreversíveis pois estamos falando de árvores centenárias.

    O ataque cruel as terras indígenas Tenhararin é um pequeno exemplo da ausência do Estado nas questões ambientais, a madeira circula por baixo das lonas das carretas ou escondida nos caminhões BAÚ que são liberados para transportar madeira o que dificulta aí na mais a fiscaluzacão, no Brasil do faz de conta a devastação e a agressão ao meio ambiente e real.

  2. Pedro Fernandes disse:

    Na entrevista, a fala do Senhor Luciano Evaristo se mostra inconsistente em diversas ocasiões, dentre as quais destacam-se:
    1) O fundamento lógico que sustenta sua argumentação é falso: isolar para preservar. Madeireiros e grileiros atuam há anos no Amazonas, sobretudo no sudeste, e até agora o IBAMA não controlou essa situação. Não é a retomada da rodovia o problema, pois no momento não há rodovia trafegável e a extração ilegal da madeira e a grilagem de terras já ocorrem.
    2) Não se trata de implementar, pois isto já ocorreu em 1976 quando de sua inauguração. Trata-se de torná-la trafegável.
    3) Afirmar que o IBAMA não tem condições de fiscalizar não serve de argumento para suspender a manutenção da rodovia. Esse problema tem de ser resolvido de outra forma, junto do Ministério do Meio Ambiente para que o IBAMA possa cumprir seu importante papel.
    4) Concordar com a Licença Única emitida pelo IPAAM e, depois que as obras de manutenção estão do meio para fim, suspendê-la é o mesmo que jogar o dinheiro público no lixo, pois um serviço de manutenção que não é concluído não atende ao seu fim e ainda se perde em pouco tempo.
    5) Obrigar uma região a ter de escolher entre a floresta ou o isolamento terrestre é querer tirar de si a responsabilidade e atribuí-la ao outro, o que não parece nada correto. É preciso pensar em corresponsabilidades.
    6) A mesma determinação e autonomia que o IBAMA tem para embargar as obras na região norte, terá em outras regiões do país?
    7) Permitir que mais de 3 milhões de pessoas fiquem reféns do transporte aéreo e fluvial pode soar conivência com o lobby desses que detém o monopólio do transporte no Norte do Brasil.

    Enfim, é lamentável que alguns ainda queiram impor uma lógica falida de que progresso e preservação são inconciliáveis, fundamentando-se no argumento de que é limitado para fiscalizar o progresso e por isso tem de manter no isolamento uma região inteira legando-a à condição de um “não-Brasil”.

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