Meio Ambiente

Três frigoríficos estão ilegais no Amazonas

Por Kátia Brasil Publicado em: 28/10/2013 às 09:00

O Ministério Público Federal no Amazonas diz que de oito frigoríficos existentes no Estado, três estão sendo responsabilizados por ações judiciais com pedido de indenização de R$ 340 milhões por danos morais coletivos, danos ambientais e sociais causados à sociedade.

As empresas foram identificadas produzindo matéria-prima bovina proveniente de fazendas que promovem o desmatamento ilegal na Amazônia. Isto foi possível por meio do cruzamento da Guia de Transporte Animal do Ibama com os cadastros dos ministérios da Agricultura e do Trabalho e Emprego.

Segundo o procurador da República Leonardo Macedo, um dos responsáveis pela investigação do setor pecuarista, a situação das empresas processadas coloca o Estados do Amazonas em situação grave na falta de regularização delas nos órgãos federais.

“No Amazonas, parte da carne bovina consumida pela população vem desses frigoríficos e abatedouros irregulares: com o trabalho escravo, embargos e sem licença ambiental”, afirma Macedo.

As guias foram cruzadas com as informações das listas do Ibama, das áreas embargadas por crimes ambientas e de fazendas que não têm licenciamento ambiental, do Ministério do Trabalho, que identifica o trabalho escravo, e da Vigilância Sanitária.

O rebanho do Amazonas é de 1,5 milhão de cabeças de gado. Dos oito frigoríficos existentes no Estado, apenas cinco possuem algum tipo de inspeção sanitária. Quatro ainda estão sendo investigados. Um assinou o Termo de Ajustamento de Conduto para regularização.

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Sobre a matéria

Kátia Brasil

Kátia Brasil é co-fundadora e editora executiva da agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real, com sede em Manaus (AM). Recém formada pela Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, foi morar na Amazônia no início do ano de 1990. Trabalhou na TV Cultura e jornais O Globo, A Gazeta de Roraima, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Entre os prêmios que ganhou estão o Esso Regional Norte 1991 e Women Journo Heroes (#JournoHeroes), da International Women’s Media Foundation (IWMF), em 2019, Prêmio Abraji, em 2020, Vladimir Herzog e Comunique-se, ambos em 2021. É conselheira da Énois Jornalismo, do Tornavoz e Projor. Integra o forbiddenstories.org, o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus (FPMM) e do Coletivo Mães Pela Diversidade ([email protected])