Política

Ministério Público pede prisão preventiva do prefeito de Coari (AM)

Por Kátia Brasil Publicado em: 07/02/2014 às 12:33

O procurador-geral de Justiça, Francisco Cruz, formalizou na manhã desta sexta-feira (07) uma nova denúncia contra o prefeito de Coari, Adail Pinheiro (PRP) por acusação de crime de favorecimento da prostituição infantil e pediu a prisão preventiva dele e de mais sete pessoas ao Tribunal de Justiça do Amazonas.

A denúncia enviada em caráter de urgência está baseada em nova ação penal aberta pelo Ministério Público Estadual com base em novos depoimentos de menores. A denúncia já está nas mãos do presidente do TJ Amazonas, desembargador Ari Moutinho da Costa, para ser distribuída. Um relator será nomeado para analisá-la e levar seu parecer com a decisão pela prisão ou não à votação no plenário da Corte, que é formada por 19 desembargadores.

Segundo a assessoria de imprensa do tribunal, a nova denúncia trata-se do quinto processo por crimes sexuais envolvendo crianças e adolescente de 9 a 12 anos contra o prefeito Adail Pinheiro.

Segundo o Ministério Público Estadual, a nova ação penal foi aberta a partir de investigações do Centro de Apoio e Combate ao Crime Organizado (CAO-Crimo). O promotor Fábio Monteiro esteve na cidade de Coari (a 370 quilômetros oeste de Manas) nesta semana e tomou depoimentos de meninas, que relataram que foram vítimas de abusos do prefeito.

Segundo o Tribunal de Justiça do Amazonas, o prefeito de Coari, Adail Pinheiro já está envolvido em quatro processos que apuram crimes de exploração sexual de menores e favorecimento à prostituição. Os processos tramitam sob segredo de Justiça.

Outros 51 processos tramitam na Justiça por acusações de crimes de improbidade administrativa, corrupção, formação de quadrilha, entre outras acusações.

As escutas telefônicas da Operação Vorax da Polícia Federal, em 2008, foi que revelaram o suposto envolvimento de cinco juízes do Tribunal de Justiça do Amazonas em tráfico de influência e desvio de conduta nas decisões que favoreceram a Prefeitura de Coari, durante a gestão do prefeito Adail Pinheiro. Ele foi preso pela Polícia Federal.

Dos magistrados investigados pelo Conselho Nacional de Justiça entre os anos de 2010 e 2012, três foram aposentados compulsoriamente.

Procurado pela reportagem, o advogado de Adail Pinheiro, Alberto Simonette Neto, disse que o procurador Francisco Cruz não deu acesso ao nova ação penal para formalização da defesa. Em razão disso, ele disse que não tem informações sobre o conteúdo da denúncia.

Simonette Neto afirmou que as denúncias contra o prefeito Adail Pinheiro são “invenções”. Disse também que o pedido de prisão preventiva não macula o atividade do administrador público e não se caracteriza uma intervenção no município.

“Um pedido de prisão preventiva, a princípio, não macula a atividade do administrador público. No processo penal não há previsão legal para o afastamento do prefeito. O importante é frisar que estamos em ano de eleições. Toda essa pressão social que está se fazendo é uma exposição na mídia para beneficiar os opositores dele”, afirmou Simonette Neto.

Reportagem Noticiosa

Sobre a matéria

Kátia Brasil

Kátia Brasil é co-fundadora e editora executiva da agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real, com sede em Manaus (AM). Recém formada pela Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, foi morar na Amazônia no início do ano de 1990. Trabalhou na TV Cultura e jornais O Globo, A Gazeta de Roraima, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Entre os prêmios que ganhou estão o Esso Regional Norte 1991 e Women Journo Heroes (#JournoHeroes), da International Women’s Media Foundation (IWMF), em 2019, Prêmio Abraji, em 2020, Vladimir Herzog e Comunique-se, ambos em 2021. É conselheira da Énois Jornalismo, do Tornavoz e Projor. Integra o forbiddenstories.org, o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus (FPMM) e do Coletivo Mães Pela Diversidade ([email protected])