Meio Ambiente

Usinas não provocam perigo, diz CPRM

O Serviço Geológico do Brasil (sigla para CPRM), órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia, que monitora a hidrologia da bacia amazônica, diz que não há perigo nas aberturas das comportas das usinas de Santo Antônio e Jirau […]

População deixou casas por causa das inundações (Foto: Gabriel Ivan)

Por Kátia Brasil Publicado em: 17/02/2014 às 02:16

O Serviço Geológico do Brasil (sigla para CPRM), órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia, que monitora a hidrologia da bacia amazônica, diz que não há perigo nas aberturas das comportas das usinas de Santo Antônio e Jirau diariamente, em Porto Velho (RO).

O superintendente da CPRM, Marco Oliveira, diz que as usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau foram construídas com a metodologia “a fio d’água”, com uma altura de reservatório menor e liberando água sempre por cima da represa.

“Com o método ‘a fio d´água’ as usinas estão sempre liberando água e, portanto, não há perigo de provocar uma inundação ou desbarrancamentos no rio Madeira por causa da abertura das comportas”, disse Oliveira.

Já o especialista em usinas hidrelétricas, Ivan Dutra Faria, diz no artigo “O que são usinas hidrelétricas ‘a fio d’água’ e quais os custos inerentes à sua construção?” publicado no site da organização “Brasil, Economia e Governo”, que hidrelétricas construídas com reservatórios na Amazônia foram capazes de viabilizar a regularização das vazões em enchentes. “A construção de usinas ‘a fio d`água’ é um risco para o sistema energético, um erro inclusive do ponto de vista socioambiental”, disse Faria.

Chuvas nas cabeceiras

Marco Oliveira afirmou que a enchente do rio Madeira, em Porto Velho, ainda está em evolução e não atingiu o pico. Isso significa que as águas devem continuar subindo até o mês de março.

Segundo ele, o volume de água no rio Madeira é de 48 mil metros cúbicos por segundo, durante a enchente, diz a CPRM. Outro ponto de observação do órgão para a enchente do Madeira é na cidade de Humaitá, no sul do Amazonas.

Oliveira disse que em Humaitá o nível do rio marcou 22,58 metros no dia 06 de fevereiro, faltando apenas 2 metros para atingir a cheia recorde em 17 de abril de 1993, quando marcou 24,58 metros. Na região, a reportagem apurou que trechos da BR 230 (Transamazônica) estão inundados, dificultando o acessos dos motoristas.

O superintendente da CPRM afirma que a cheia recorde do rio Madeira é influenciada pelas chuvas acima da médias em suas nascentes, que ficam nos rios Beni, na Bolívia, e Madre De Dios, no Peru. “As chuvas estão acima da média na Bolívia, onde foi decretado estado de calamidade em várias cidades banhadas pelo rio Beni. Geralmente o pico da cheia do Madeira acontece em abril, então as águas vão continuar subindo por causas das chuvas”, afirmou.

Reportagem Noticiosa

Sobre a matéria

Kátia Brasil

Kátia Brasil é co-fundadora e editora executiva da agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real, com sede em Manaus (AM). Recém formada pela Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, foi morar na Amazônia no início do ano de 1990. Trabalhou nas TVs Educativa e Cultura e nos jornais O Globo, A Gazeta de Roraima, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Entre os prêmios que ganhou estão o Esso Regional Norte 1991 e Women Journo Heroes (#JournoHeroes), da International Women’s Media Foundation (IWMF), em 2019, Prêmio Abraji, em 2020, Vladimir Herzog e Comunique-se, ambos em 2021. É uma das jornalistas brasileiras +Admiradas Negras da Imprensa Brasileira, em 2024. É diretora editorial do Projor/Observatório da Imprensa. Conselheira do Tornavoz e RBJA, e membra da Comissão da ABI Ambiental. Foi eleita em 1o. lugar Região Norte do Prêmio TOP 100 +Admirados Jornalistas Brasileiros. Integra o forbiddenstories.org, o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus (FPMM) e o Coletivo Mães Pela Diversidade em defesa das pessoas LGBTQIAPN+. ([email protected])