Notícias Recentes

Famílias vão pedir indenização de R$ 30 milhões à Funai

Por Kátia Brasil Publicado em: 30/04/2014 às 19:48

A denúncia do Ministério Público Federal contra os índios tenharim era aguardada pelas famílias dos três homens mortos em dezembro do ano passado na terra indígena Tenharim-Marmelos, em Humaitá (AM). Segundo o advogado das famílias, Carlos Evaldo Terrinha Almeida de Souza, com base na denúncia uma ação por danos morais e materiais será formalizada contra a União e a Fundação Nacional do Índio (Funai) com pedido de indenização de R$ 30 milhões na Justiça Federal do Amazonas.

“Essa denúncia é fundamental para o pedido de indenização. O dinheiro não vai substituir a vida de ninguém, porém ajudará as famílias, que têm muitas necessidades. A Funai se mostrou interessada em fazer um acordo após a sentença”, afirmou Carlos Terrinha de Souza.

Sobre o inclusão do líder indígena Aurélio Tenharim na denúncia do MPF, o advogado disse que ficou desapontado, pois esperava as prisões de mais cinco índios, inclusive caciques, o que aumentaria para dez o número de acusados pelos crimes.

“Esperávamos mais cinco prisões preventivas, era a nossa expectativa. Como não teve denúncia, nós vamos pedir a extensão das cinco prisões na Justiça Federal. De qualquer forma, os cinco continuarão presos até o julgamento do mérito. Eu recomendaria à Defensoria Pública da União que recorra ao Vaticano. A Justiça não vai soltá-los”, afirmou o advogado Carlos Terrinha.

Segundo as investigações da Polícia Federal, o professor municipal Stef Pinheiro, 43, o comerciante, Luciano Freire, 30, e o técnico Aldeney Salvador, 40, da empresa Eletrobras Amazonas Energia, foram mortos a tiros por motivo torpe (fútil) e sem chance de defesa dentro da terra indígena Tenharim-Marmelos, em Humaitá, no sul do Amazonas. Eles desapareceram no dia 16 de dezembro de 2013, mas a Polícia Federal demorou nas investigações e nas buscas, segundo as famílias. Um clima tenso entre índios e moradores da cidade provocou uma revolta no dia 25 de dezembro sul do Amazonas.

Reportagem Noticiosa

Sobre a matéria

Kátia Brasil

Kátia Brasil é co-fundadora e editora executiva da agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real, com sede em Manaus (AM). Recém formada pela Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, foi morar na Amazônia no início do ano de 1990. Trabalhou na TV Cultura e jornais O Globo, A Gazeta de Roraima, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Entre os prêmios que ganhou estão o Esso Regional Norte 1991 e Women Journo Heroes (#JournoHeroes), da International Women’s Media Foundation (IWMF), em 2019, Prêmio Abraji, em 2020, Vladimir Herzog e Comunique-se, ambos em 2021. É conselheira da Énois Jornalismo, do Tornavoz e Projor. Integra o forbiddenstories.org, o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus (FPMM) e do Coletivo Mães Pela Diversidade ([email protected])