Política

Justiça da Venezuela liberta as duas brasileiras acusadas de contrabando de alimentos

Por Amazônia Real Publicado em: 24/10/2014 às 21:09

ANDREZZA TRAJANO, DE BOA VISTA (RR)

A Justiça da Venezuela concedeu a liberdade nesta sexta-feira (24) às duas brasileiras que estavam presas há quase dois meses por acusação de contrabando de alimentos de cesta básica e material de higiene pessoal, produtos com venda proibida naquele país por decreto do presidente Nicolás Maduro.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou à agência Amazônia Real que a área consular do país na Venezuela não foi notificada sobre a liberdade das irmãs Lucineide de Sousa Silva, 28, e Luciana Pereira da Silva, 24, ambas moradoras de Roraima.

A reportagem da Amazônia Real teve acesso ao alvará de soltura, documento oficial da Venezuela, notificando as brasileiras da medida cautelar de liberdade. Elas devem se apresentar a cada 30 dias na Delegacia Policial de Santa Elena de Uairén, cidade venezuelana distante a 215 quilômetros de Boa Vista (RR).

O alvará de soltura de Lucineide de Sousa Silva e Luciana Pereira da Silva foi assinado pela juíza Alcida Rosa Cordeiro Perez nesta quinta-feira (23), mas elas foram soltas somente após audiência no Tribunal de Controle Penal de Ciudad Guayana, no Estado de Bolívar.

As duas brasileiras foram presas no dia 25 de agosto por militares do Exército venezuelano em Santa Elena do Uairén. Depois foram transferidas para uma delegacia em Puerto Ordaz, a 700 quilômetros da fronteira com o Brasil e presas na cadeia feminina em San Felix, também no Estado de Bolívar.

De acordo com a irmã das brasileiras, a vendedora Élia Cristina Machado, elas foram soltas às 15h horário da Venezuela (17h30 horário de Brasília) após serem ouvidas em audiência.

“Estávamos apreensivos, sem a certeza de que seriam soltas, mas deu tudo certo. Assim que foram soltas, recebemos uma foto delas enviada pelo advogado. Estamos felizes. Mas ficaremos mais felizes ainda quando chegarem aqui [no Brasil]”, disse Élia Machado, por telefone à reportagem.

Segundo Élia Machado, Lucineide e Luciana vão sair de Puerto Ordaz nesta madrugada e chegarão ao Brasil neste sábado (25). “Elas estão só com a roupa do corpo. Quando se é solto pela justiça venezuelana não se pode voltar para o presídio nem para buscar as roupas”, afirmou.

Leia as reportagens sobre a prisão das brasileiras na Venezuela:

Duas brasileiras são detidas na Venezuela por contrabando de alimentos

Para evitar novas prisões, Venezuela limita quantidade de mercadoria exportada

Brasileiras presas por contrabando de alimentos dividem um colchão para dormir em cadeia da Venezuela

Reportagem Noticiosa

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