Amazônia: fronteira do caos

(Este texto foi publicado em julho de 2016. Como, infelizmente, não só continua atual como seu tema, com um novo desdobramento no início do mês, é ignorado pela grande imprensa, decidi reproduzi-lo.) Nos 10 primeiros anos depois do fim da […]

Um homem rezando no memorial pelas vítimas do massacre de Eldorado dos Carajás ao longo da rodovia BR-155, no sul do Pará. Foi o assassinato de dezenove agricultores sem terra pertencentes ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que estavam invadindo um rancho privado. Eles foram baleados pela Polícia Militar em 17 de abril de 1996. Vinte anos após o massacre, a impunidade persiste por crimes cometidos contra comunidades rurais, fazendo do Pará o estado brasileiro onde o conflito de terras é mais violento. Em todo o Brasil, o número de mortes por terra está em 63 de janeiro a setembro deste ano, em comparação com 61 em 2016, com 49 ocorrendo nos estados da Amazônia. A impunidade é o principal motor da violência. Segundo dados da CPT, de mais de 1800 assassinatos rurais desde 1985, apenas menos de 120 terminaram em tribunal com muito poucas condenações. (Foto: Tommaso Protti/Greenpeace) 2017 A man praying at the memorial for the victims of the Eldorado dos Carajas massacre along the highway BR-155 in southern Para. It was the killing of nineteen landless farmers belonging to the Landless Workers Movement (MST) who were invading a private ranch. They were shot by military police on April 17, 1996. Twenty years on from the massacre impunity persists for crimes committed against rural communities, making of Pará the Brazilian state where the land conflict is most violent. Across Brazil, the number of land killings stands at 63 from January until September this year, compared to 61 in 2016, with 49 occurring in Amazon states. Impunity is key driver of the violence. According to figures from CPT, of more than 1800 rural killings since 1985, only less than 120 have ended in court with very few convictions. (Photo: Tommaso Protti/Greenpeace)
Amazonia Real Por Lúcio Flávio Pinto Publicado em: 15/03/2024 às 17:30
Lúcio Flávio
Lúcio Flávio Pinto

Lúcio Flávio Pinto é jornalista desde 1966. Sociólogo formado pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em 1973. Editor do Jornal Pessoal, publicação alternativa que circula em Belém (PA) desde 1987. Autor de mais de 20 livros sobre a Amazônia, entre eles, Guerra Amazônica, Jornalismo na linha de tiro e Contra o Poder. Por seu trabalho em defesa da verdade e contra as injustiças sociais, recebeu em Roma, em 1997, o prêmio Colombe d’oro per La Pace. Em 2005 recebeu o prêmio anual do Comittee for Jornalists Protection (CPJ), em Nova York, pela defesa da Amazônia e dos direitos humanos. Lúcio Flávio é o único jornalista brasileiro eleito entre os 100 heróis da liberdade de imprensa, pela organização internacional Repórteres Sem Fronteiras em 2014. Acesse o novo site do jornalista aqui www.lucioflaviopinto.com.

DOE PARA A AMAZÔNIA REAL

Sua contribuição fortalecerá o jornalismo investigativo, feito com independência e liberdade editorial, que visibiliza as populações silenciadas.

0 Comentários

Deixe o seu comentário!

Prezados leitores e leitoras da Amazônia Real, o espaço de comentário do site é para sugestões, elogios, observações e críticas. É um espaço democrático e de livre acesso. No entanto, a Amazônia Real se reserva o direito de não aprovar comentários de conteúdo preconceituoso, racista, sexista, homofóbico, com discurso de ódio e nem com links de outros sites. Muito obrigada.