"Na hora da chuva ocorreu muito medo, pânico, terror de ver as coisas que trabalhamos com sacrifício se perderem. Perdemos duas televisões, molhou o colchão, molhou algumas roupas. Teve vizinhos que perderam muito, teve gente que precisou ser retirada para algum abrigo. Na hora da chuva eu e meu marido chamamos nossos filhos e fomos para parte dos fundos do terreno, onde tem uma cobertura, e lá ficamos junto com os pertences que conseguimos retirar"
Valdeney Teixeira, moradora do bairro Itaúna II
“Geralmente dá temporal, mas passa. Sei que dá enxurrada, mas passa. Mas agora, com esse temporal, a estrutura da casa ficou abalada. Essa casa aqui ficou um pouco balançando e no muro do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) ficou igual uma baía. A enxurrada e o lixo fizeram o muro desabar”
Jucilene Matos, moradora do beco Submarino
“Parintins é um terraço fluvial, ainda em processo de formação. Quando está em processo de formação está ligado ao período geológico, em que você tem uma formação muito recente. Então ali há um predomínio de parte de várzea, parte de terra firme, com o rebaixamento de áreas que podem ser inundadas em decorrência da enchente do rio”
Camilo Ramos, geógrafo
Parintins cidade do Boi Bumbá, segunda maior cidade do Amazonas, com seus mais de 100 mil habitantes, todos os anos tem o Festival de Parintins. Sofre há décadas por falta de Políticas Públicas e aumentando a desigualdade social. Todos os anos é injetado milhões dos cofres do público do estado do Amazonas, e esta conta é paga pelo contribuinte, mas a questão aqui é mais complexa. Fora os investimentos anual do governo ainda tem os patrocinadores, a pergunta é: Por que a cidade continua pobre, por que há tamanha desigualdade, e ainda há problema de escoamento na cidade? A impressão que temos é que apenas a cidade do festival que recebe milhões do estado e dos patrocinadores os únicos que lucram e enriquecem são os empresários.