A palavra como flecha – Zahỳ Tentehar

08/08/2025 as 13:21
Zahỳ Tentehar em cena com Azira'i no Cena Contemporânea -Festival Internacional de Teatro de Brasília, em 2024 (Foto: Humberto Araujo/Cena24).

São muitas as falas em ze’eng eté, idioma no qual a atriz e dramaturga Zahỳ Tentehar mantém conversas espirituais com a mãe pajé, quando está no palco com a peça autobiográfica Azira’i. Para a artista, a proposta promove uma experiência de cura. Prêmio Shell de melhor atriz, em 2024, pela atuação em Azira’i, Zahỳ se destaca em múltiplos processos criativos, também, como cantora, diretora, artista plástica e ativista. Envolvida com as filmagens de MAKUNAIMA XXI, na qual atua e assina a direção junto com Felipe M. Bragança, seu diálogo ancestral, agora, alcança o clássico de Mário de Andrade e promete promover um encontro com o Brasil atual. Se o seu talento artístico legitima o legado do povo Tentehar, o que se evidencia é sua inserção na linhagem sucessória como uma mulher pajé. Em A palavra como flecha, Zahỳ Tentehar reflete sobre a potência de evocar a fala verdadeira, numa jornada na qual a distância, a solidão e o tempo, permitiram a reinvenção dos ritos de origem e da própria filiação.


Por Marcelo Carnevale
compartilhe

Ganhar o mundo, sem reservas

Foram alguns meses entre o primeiro contato, uma brecha na agenda, e a conversa com Zahỳ Tentehar. Estávamos na paz de um sábado qualquer, cuidadosos na aproximação. Tempo de espera, tempo de escuta e de se fazer presente na tela que unia cidades distantes. O desafio de ultrapassar as camadas midiáticas que envolvem a figura da talentosa artista, me fizeram apostar numa pergunta simples: qual a pequena felicidade daquela semana que se encerrava? Qual o microacontecimento capaz de trazer algum alento, algum prazer, alguma alegria ao cotidiano? 

“Escrevi com giz: estudar um personagem”, ela me respondeu com um sorriso discreto. “Escrever com giz uma intenção é uma pequena felicidade”, complementou, parecendo querer convencer a si mesma. “Estou sempre envolvida em fazer coisas para os outros, que é um jeito de fazer para mim, mas está sobrando pouco tempo.”

Ao observá-la, uma primeira palavra me veio à mente: dedicação. No sentido de alguém que persevera, que tem na alma a resistência do granito, que tem firmeza de ânimo, paciência, dentre as várias analogias possíveis para compreender o porquê da palavra dedicação. 

Sua expressão, no primeiro plano da tela, devolvia a profundidade de um olhar atento, capaz de comunicar o que se deu numa linha do tempo relativamente curta, somados os 35 anos de vida. Linha que sustenta o equilíbrio na corda bamba da superexposição em diferentes frentes de atuação artística e da rotina no Rio de Janeiro – cidade que ela escolheu para viver, há 16 anos, quando saiu da casa de seus pais em Barra do Corda, no Maranhão. 

Foram 2.515 km percorridos de ônibus até alcançar a Aldeia Maracanã (Tekohaw Maraká’nà). Comunidade indígena que ocupa o antigo prédio do Museu do Índio, desde 2006, ao lado do famoso estádio de futebol, com o apoio de diversas entidade e organizações que reivindicam, por Ação Civil Pública (ACP), a posse, gestão e manejo indígena do território, como espaço de uso indígena pluriétnico. Na Aldeia estão presentes integrantes de várias etnias, entre elas, Guajajara, Xavante, Pataxó, Fulni-ô, Apurinã, Tukano, Xucuru, Puri, Way-Way, além de indígenas de outras partes do mundo. 

Zahỳ relembra como se deu a decisão de sair de Barra do Corda: “Muito calada e pensativa, mas com a mente em ebulição, eu tomava algumas decisões e seguia.” Antes de partir para a cidade maravilhosa, aos 19 anos, ela trabalhou como agente de saúde no acompanhamento de gestantes indígenas para o pré-natal e o parto, especialmente as que tinham dificuldades de falar o português. O ofício a obrigava a circular entre os territórios indígenas e a cidade. “Com esse primeiro trabalho, eu falei para o meu pai: eu vou pro mundo. Ele incentivou: “vá porque você tem que aprender a viver. Não vamos viver para sempre. Ninguém vai te proteger”. Hoje, ao relembrar aquele momento, ela constata que no final das contas ele estava certo: “Estou aqui, sem eles”.

Nem sempre foi assim. A infância de Zahỳ se deu como a de qualquer criança Tentehar, na aldeia Colônia, na Reserva Indígena Cana Brava, território no Maranhão com uma extensão de 137.329 hectares, situados na margem oriental da Amazônia, dentre mais de dez terras indígenas, todas ocupadas pelos Guajajara, um dos povos originários mais numerosos do Brasil. Tentehar é uma autodenominação mais abrangente, que inclui também os Tembé.  Guajajara significa “donos do cocar” e Tentehar, “povo verdadeiro”.

Um olhar feminino sobre a família

Zahỳ Tentehar em cena de Ureipy, Máquina ancestral , 2023. (Foto: Philipp Lavra/@canalprojectsny).

Filha única e a caçula do casamento que reuniu 33 filhos, somados os 6 por parte de mãe com os 27 por parte de pai, a pequena Tentehar convivia diretamente com três irmãos maternos que o casal terminou de criar. “Meu pai era um caboco do Rio Grande do Norte, a família dele, mais os irmãos e as esposas foram para o Maranhão a pé, por conta da seca. Ele não falava o idioma da minha mãe, mas entendia tudo. Depois, minha mãe conseguiu falar o português, mas ainda de forma muito limitada.”

Até os nove anos, Zahỳ viveu na reserva, sem contato com a parte da família que morava fora da comunidade. Tudo mudou com a visita de duas irmãs mais velhas por parte de pai que foram conhecer a caçula. “Eu lembro que eu andava pelada, descalça, toda perebenta. Elas lavaram meu cabelo com shampoo pela primeira vez, escovaram meus dentes e me presentearam com duas calcinhas de babadinhos. Eu nunca tinha usado calcinha”.  A visita também tinha outro motivo, incentivar o pai a levá-la junto com os irmãos para estudar na cidade.

Em Barra do Corda, a presença da família foi se consolidando à medida que a própria morada ia se fortificando: “primeiro ele construiu um barraquinho com lona por cima e rede embaixo, aberto; depois, tivemos as paredes de taipa com o telhado de palha, até chegar à alvenaria. A gente tinha uma vida dupla porque circulávamos entre a cidade e a aldeia. Até hoje, meus sobrinhos vivem assim por lá, como todos os que estão nas aldeias próximas da BR-226, que corta a reserva.

Quando os pais se conheceram, Alzira, a mãe de Zahỳ, era viúva e o casamento foi arranjado pelo próprio sogro que era o cacique da aldeia.  Na comunidade, o machismo estrutural também sempre esteve presente, como observa a artista: “existe um protagonismo dos homens desde o nascimento. É por isso que existe o patriarcado, a misoginia, o feminicídio e, também, a ideia de que a mulher é frágil, menos capaz de realizar determinadas tarefas, que ela não tem sanidade mental e espiritual para que possa se destacar, ter voz e realizar coisas com autonomia¨.  Nesse contexto moral, perder a virgindade aos 18 anos foi ser tachada, pelo próprio pai, de impura e sofrer muita pressão para se casar. Fato que não ocorreu. “É uma cultura universal em que o homem é mais valorizado. Eu vejo isso na minha reserva, mas também vejo fora dela.” 

Distante do que se passou, a memória familiar já pode ser evocada com mais serenidade e compreensão. “Meu pai nem sequer sabia o significado do machismo. Ele estava no papel dele de provedor, de ter várias mulheres.  Quando se casou com minha mãe, ele tinha saído da segunda união. Ele fazia filhos dentro e fora dos casamentos, acho que temos irmãos que nem conhecemos. Lembro que ele incentivava os meninos da família a serem machos e se eles cometiam uma traição, as mulheres tinham que entender, porque afinal era fraqueza do homem”. Antes mesmo de sair de casa, a dinâmica que naturalizava a figura do pai ausente e autoritário contribuiu para uma a exacerbação das diferenças.  Moral que ela credita, também, na influência da religião evangélica e de outras culturas: “eu tive uma relação muito fria com ele, me sentia distante de alguns da minha família, minha mente era progressista, prafrentex”.  

A ousadia é uma característica não apenas da juventude, hoje, ela se manifesta no arranjo que Zahỳ promoveu em seu próprio núcleo, composto por seus três filhos: Harry Kwarahy (kwa kwa), de 7 anos, fruto do seu relacionamento com o ex-marido, o inglês Thomas Callis e outros dois adotivos, Kwarahy e Tahyw, que em verdade são seus sobrinhos, filhos de diferentes irmãos que morreram nos últimos anos. O contato com os parentes no Maranhão é restrito. Apenas um dos três irmãos vivos, por parte de mãe, tem Internet na aldeia, os outros dois moram em lugares onde não há cobertura. Tem notícias deles de vez em quando e seu filho inglês só visitou a reserva quando era bem pequeno.   

Kwa Kwa, como ela chama carinhosamente o filho natural, por ser autista não verbal, vive com o pai no Reino Unido. “Eu fico indo e vindo porque compreendemos que seria melhor contar com a rede de saúde e educação inglesa, principalmente nos primeiros anos de educação formal. Lá, ele estuda numa escola especializada para crianças autistas. No Rio, não conto com essa infraestrutura e seria muito difícil para mim.” Em outro contexto, os desafios com a comunicação se assemelham aos dos seus pais: “quando eu me casei, não falava nada da língua do meu ex-marido. Ele fala português. O fato de o inglês ser o primeiro idioma do meu filho, me força a falar mais uma língua”. Refle, agora, já com um sorriso solto de quem lida com todo o tipo de adaptação faz tempo. 

O palco, território Tentehar

  • Zahỳ Tentehar em cena com Azira'i no Cena Contemporânea -Festival Internacional de Teatro de Brasília, em 2024 (Foto: Humberto Araujo/Cena24).
  • Zahỳ Tentehar em cena com Azira'i no Cena Contemporânea -Festival Internacional de Teatro de Brasília, em 2024 (Foto: Humberto Araujo/Cena24).
  • Zahỳ Tentehar em cena com Azira'i no Cena Contemporânea -Festival Internacional de Teatro de Brasília, em 2024 (Foto: Humberto Araujo/Cena24).
  • Zahỳ Tentehar em cena com Azira'i no Cena Contemporânea -Festival Internacional de Teatro de Brasília, em 2024 (Foto: Humberto Araujo/Cena24).
  • Zahỳ Tentehar em cena com Azira'i no Cena Contemporânea -Festival Internacional de Teatro de Brasília, em 2024 (Foto: Humberto Araujo/Cena24).

A capacidade de Zahỳ inventar portos para lidar com a imprevisibilidade da vida é evidente. O retrato de família formada por seus pais tem a moldura da aculturação, do patriarcado, da pobreza, da violência doméstica, da falta de amparo e de uma solidão partilhada pelos que sobrevivem a esses desafios. Entretanto, seu pragmatismo permitiu ir além e sem ressentimentos: “não admiro meu pai, mas amei ele. Minha mãe foi mais severa comigo, muito dura na criação e teria muitos motivos para considerá-la até mesmo cruel comigo, má e não amá-la. Mas não! Eu acredito que a gente tem que se desprender, porque fica muito fácil culpar os outros pelas nossas questões de hoje. Nós somos os responsáveis pela próxima geração e não… porque a gente vai oferecer também o que a gente dá conta de oferecer”.

Co-autora junto com Duda Rios da obra teatral “AZIRA’Í: um musical de memórias”, com direção de Denise Stutz e Duda Rios, dedicada a retratar a relação dela com a mãe Alzira e, consequentemente, o aculturamento dos povos indígenas, as agressões desse processo e no que isso resulta, Zahỳ faz uma síntese da proposta teatral: “O espetáculo é sobre as mães e como elas sobreviveram ao patriarcado. Minha mãe foi para a cidade recomeçar a vida. Ela era uma pajé pioneira dentro da reserva, muito admirada pelos seus dons e conhecimentos espirituais, que ela herdou e exerceu. Mas para além disso, ela era um ser humano com todas as suas questões. O texto é sobre ela, é sobre nós.” Além de encenada, a história foi publicada pela editora Cobogó, num livro com o mesmo título da peça.

  Transcendência. A palavra é evocada pela artista para definir o que permite a ela sentir empatia pela própria mãe. “Sei que ela me ofereceu o que ela podia, num lugar de muita repressão cultural e identitária. São tantas coisas as quais ela foi submetida, que me pergunto: como é que esse ser humano foi capaz de ser o que foi? Acho que nem ela tinha essa noção.” Zahỳ acredita que a mãe nasceu com uma missão. O que experimentou na existência dela, a filha crê ter ultrapassado um cenário de opressão e embotamento, “vai além de tudo e alcança um campo espiritual”. Para a artista, o aprendizado é essa conexão com o outro e o exercício de presença, a mais intensa possível. Presença que, segundo ela, a mãe exercia curando com as mãos, com as ervas ou com o canto. Uma conexão única que acontecia naquele momento e em que ela era capaz de estar ali e em mais nenhum outro lugar.

A capacidade que a mãe tinha de se conectar com a fala verdadeira, segundo a artista, tem a ver diretamente com a definição de ze’eng eté, língua do povo Tentehar, do tronco tupi-guarani, cujo o significado é justamente “fala verdadeira”. Com muito orgulho, ela expressa a admiração que tem pela força do seu povo Tentehar, palavra que significa povo verdadeiro. “Eu acho de uma força, de uma inteireza, de uma inteligência se identificar como o povo verdadeiro, que fala uma língua verdadeira, contra a língua que chega colonizando, se acreditando ser um porto de uma comunidade importante, querendo repovoar um grupo que tinha a sua própria maneira de ser.”

Nesse momento da conversa, falamos sobre o significado da palavra “português”, como parte da provocação que a atriz faz em cena: “no espetáculo AZARA´Í, eu pergunto para a plateia se sabem o que significa a palavra português e ninguém me responde”, constata surpresa. Preparado para responder, compartilho que a palavra “português” tem sua origem em “Portucale”, um antigo nome para a região do Porto, que por sua vez deriva do latim “Portus Cale”. “Portus Cale” significa “porto de Cale”, onde “Cale” era um antigo assentamento celta próximo ao rio Douro. “Portucale” evoluiu para “Portugal” e, consequentemente, o termo “português” passou a designar tanto o povo quanto a língua.

Aproveito o momento para devolver a provocação e pergunto como Zahỳ sustenta a fala verdadeira, ze’eng eté, ao fazer uso do nosso porto linguístico, o português. A resposta é direta: “O meu espetáculo é falado, praticamente metade dele em ze’eng eté e não tem tradução. Essa já é uma prática minha em muitos trabalhos. Quando as pessoas me pedem para traduzir certas palavras, eu digo que tem coisas que eu não vou traduzir. Seria uma traição tentar traduzir outras formas de explicação de vida, de existência. Tem palavras em ze’eng eté que não fazem sentido em português ou em qualquer outra língua alienígena”. Concebido como um musical de memórias, a peça evoca a presença da mãe pajé através da força espiritual e dessa forma atravessa a barreira da língua e conquista o público.

Chegamos, os dois, nesse ponto de inflexão: conversa adentro, seguimos por uma vereda que se sustenta na língua do alienígena, “o português”, como ela faz questão de frisar. Pertencemos a mundos distintos e diante dessa afirmação, que é a tônica do seu espetáculo, outra palavra importante aflora: vingança. Zahỳ fala do prazer de ver as pessoas em contato com a sua língua de origem, sem entenderem nada. Acompanha o esforço que fazem para tentar compreender, falar, saber: “no meu espetáculo, eu ensino ze’eng eté para a plateia. As pessoas vão acompanhando a história, juntando as falas com fragmentos da encenação. Eu mesma me torno uma professora para o público. Ensino música, mas não traduzo. Compartilho de forma amorosa o que não foi ensinado do mesmo jeito para mim”.

Se a palavra vingança resvala para castigo, pena, punição, o ato de vingar, nesse caso, diz mais respeito à reclamar, em juízo, defender direito; vingar-se no sentido de punir a parte que usurpa direito de outra. “Para mim, também, é vingar meu povo, vingar uma língua que foi diminuída. São muitos os povos no processo de retomada das suas línguas. Têm momentos do texto, na peça, que não são para traduzir. Um outro olhar sobre como inverter uma situação, sem ser panfletária ‘olha como vocês foram cruéis.’ Talvez essas pessoas não tenham consciência do que foi feito, mas algo muda”.

Música, presença, acolhimento

Zahỳ Tentehar em cena com Azira’i no Cena Contemporânea -Festival Internacional de Teatro de Brasília, em 2024 (Foto: Humberto Araujo/Cena24).

Na letra da música Ka’a’zar- Guardiões, a artista escreve e canta: “eu vou olhar para mim, como quem mira a caça, mesmo se eu me acabar outra vez.”  São muitas as vidas vividas por uma atriz. É no palco que ela evoca a liberdade com total presença. “Me sinto como se estivesse em transe, num ritual, sem a percepção que me acompanha, fora dali, de que está tudo muito midiático. Embora o espetáculo também seja uma mídia, naquele momento, estou num mundo paralelo, consigo estar inteira. Isso acontece também quando ouço o comando: ação!”.

A atriz comenta que sempre é muito procurada no final da peça. Pessoas querem abraçá-la, contar suas histórias, comentar a interpretação, dar conselhos. Outros choram, muitas são mãe e filha.  “Me sinto orgulhosa, gosto disso”. Entretanto, na mesma fila, os comentários que ressoam a elogios programados, sobretudo por quem é do meio, não a alcançam: “elogio como obrigação não é legal. Teatro no pior sentido. A gente (eu falo a gente porque também estou no meio disso) tem que buscar um outro lugar para não se apegar e depender de elogios. Ter que sorrir, ter que ser legal, ter que ser amigável… eu não tenho que ser gentil se não estiver bem. Não gosto dessas obrigações. Acho que tem a ver com a minha cultura. Eu vou impondo limites e outras formas de me comunicar. Daí quando as pessoas me abraçam e não falam nada, me alcançam.”

Exílio. Outra palavra que ressoa enquanto tento apreender o que seu olhar expressa ao refletir sobre o seu fazer, a sua língua e sobre a própria família. A filha caçula de 33 irmãos nos oferece uma visão geral da própria árvore Tentehar, leitura sistêmica, típica de quem revisa de muito longe tudo o que viveu na comunidade de origem. Com hombridade, reconhece pai e mãe como pessoas vulneráveis. Errantes nas suas possibilidades, corajosos nas suas escolhas, demasiadamente humanos. Livre da dor da partida, se sente disposta a um tipo de entendimento apaziguador das diferenças e que possibilita outra dimensão de reencontro com os sentimentos mais contraditórios e genuínos. E neles está incluído o amor ao seu povo, à sua língua, aos seus pais, irmãos e filhos. O amor à arte.

Zahỳ Tentehar em cena com Azira’i no Cena Contemporânea -Festival Internacional de Teatro de Brasília, em 2024 (Foto: Humberto Araujo/Cena24).

Marcelo Carnevale é carioca e reside em São Paulo há 19 anos. Jornalista, mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Doutor em Humanidades pelo Diversitas, Programa de Pós-graduação Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). Pesquisa o conceito ampliado de vizinhança através de práticas dialógicas, de tecnologias comunitárias e do direito à cidade. Integra o grupo de pesquisa, ensino e extensão do Diversitas USP. Colabora com a Amazônia Real desde 2016.

Veja outros perfis de “A palavra como flecha”

Fernanda Kaingáng

We´e´ena Tikuna

Ibã Huni Kuin

Puyr Tembé

Davi Kopenawa Yanomami

Tiago Hakiy

Brô Mc’s

Márcia Mura

Artigos de Opinião ou colunas
Sobre a matéria
Selo Doe
Apoiadores do Amazonia Real
Jovens Cidadãos
Um vírus duas guerras
Ouro do sangue yanomami
O PROJETO BRUNO E DOM

Acompanhe

Melhores Práticas

Trust Project Trust Project

Navegue

  • Home
  • Transparência
  • Quem Somos
  • Sobre
  • Expediente
  • Correções
  • Arquivos
  • Arquivos Jovens Cidadãos
  • Parceiros
  • Apoiadores
  • Imprensa
  • Categorias

    • Meio Ambiente
    • Povos Indígenas
    • Questão Agrária
    • Um vírus e duas guerras
    • Política
    • Economia e negócios
    • Cultura

    Design por Cajuideas

    O website Amazônia Real está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.