Meio Ambiente

Governo libera R$ 10 mi para vítimas das cheias na Amazônia

Por Kátia Brasil Publicado em: 17/03/2014 às 14:23

A enchente na bacia amazônica afeta os Estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia. Mais de 200 mil pessoas estão afetadas pelas inundações dos rios. O Ministério da Integração Nacional liberou recursos na ordem de R$ 10,9 milhões para ajuda humanitária às famílias atingidas.

Governos e prefeituras gastarão o dinheiro na compra de kits de higiene pessoal, limpeza, dormitórios, colchões, aquisição de água mineral e cestas básicas.

A cheia dos rios na bacia amazônica é um evento hidrológico que acontece durante a estação das chuvas, o chamado inverno amazônico. A enchente começa no mês de novembro e segue até o junho, exceto no alto rio Negro, no noroeste do Amazonas, e no rio Branco, em Roraima.

O Estado de Rondônia está em situação de emergência com 12.510 pessoas desabrigadas e desalojadas. O Ministério da Integração vai repassar R$ 5.831.246,75 para ajudar as famílias atingidas. Segundo o ministério, o Estado recebe apoio das Forças Amazonas e Força Nacional de Segurança. Um helicóptero Black Hawk transporta mantimentos de Porto Velho para Rio Branco (AC). Um navio hospital da Marinha e mais embarcações de pequeno porte atendem as famílias.

O Estado do Pará tem o maior número de pessoas afetadas pelas enchentes. Até o momento, cerca de 125.000 pessoas (ou 25 mil famílias). O Ministério da Integração Nacional diz que repassou ao governo estadual R$ 313,3 mil para ações de resposta. “O Estado está apoiando os municípios com o deslocamento de técnicos em missões de apoio às defesas civis municipais para levantamento de danos humanos e materiais com o objetivo de subsidiar a ajuda humanitária estadual e pedido de ajuda humanitária federal”, afirma o ministério.

O Amazonas tem 66.754 pessoas atingidas pelas cheias do rio Madeira, Juruá, Purus e Solimões em 24 dos 62 municípios. O Ministério repassou R$ 1.724.421,52, sendo R$ 383.501,52 para serem empregados em itens de assistência humanitária.

A cidade de Humaitá, na fronteira com Rondônia, está sob decreto de calamidade pública. O nível do rio Madeira ultrapassou a cheia histórica de 1993, com 24,58 metros. No dia 13 de março o rio marcou 25,01 metros. A Defesa Civil do Amazonas não informou o número de pessoas afetadas em cada um dos municípios.

Conforme o Ministério da Integração Nacional, para o Estado do Acre foi repassado R$ 3.140.000,00, sendo R$ 940 mil para ações de emergência e R$ 2,2 milhões para execução de ações de socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais.

No Acre 5.355 pessoas estão afetadas pela cheia do rio que tem o mesmo nome do Estado. Uma pessoa morreu por leptospirose e outra encontra-se desaparecida. O rio Acre marcou o maior nível no sábado (15) com 15,07 metros.

A maior enchente no Acre foi registrada em 1997 com 17,66 metros. Mas a enchente atual teve influência do rio Madeira, que inundou da rodovia BR 364, ligação com Rondônia. Caminhões que fazem o abastecimento entre as cidades deixaram de circular por força da falta de segurança na estrada.

O fotógrafo Odair Leal, que mora em Rio Branco (AC), acompanha diariamente o drama das famílias que enfrentam a cheia excepcional no Acre. Veja Galeria.

Reportagem Noticiosa

Sobre a matéria

Kátia Brasil

Kátia Brasil é co-fundadora e editora executiva da agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real, com sede em Manaus (AM). Recém formada pela Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, foi morar na Amazônia no início do ano de 1990. Trabalhou na TV Cultura e jornais O Globo, A Gazeta de Roraima, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Entre os prêmios que ganhou estão o Esso Regional Norte 1991 e Women Journo Heroes (#JournoHeroes), da International Women’s Media Foundation (IWMF), em 2019, Prêmio Abraji, em 2020, Vladimir Herzog e Comunique-se, ambos em 2021. É conselheira da Énois Jornalismo, do Tornavoz e Projor. Integra o forbiddenstories.org, o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus (FPMM) e do Coletivo Mães Pela Diversidade ([email protected])