Leia a resposta do consórcio Santo Antônio Energia

Em resposta à reportagem da Amazônia Real, o consórcio Santo Antônio Energia, responsável pela construção e operação da hidrelétrica Santo Antônio, afirma que a barragem da usina não teve qualquer relação com a cheia histórica do rio Madeira, em 2014, […]

Por Amazônia Real Publicado em: 13/07/2015 às 20:05

Em resposta à reportagem da Amazônia Real, o consórcio Santo Antônio Energia, responsável pela construção e operação da hidrelétrica Santo Antônio, afirma que a barragem da usina não teve qualquer relação com a cheia histórica do rio Madeira, em 2014, rebatendo as declarações do cientista Philip Fearnside e do Ministério Público Federal de Rondônia.

“A referida cheia, absolutamente atípica, sem registro semelhante nos últimos 100 anos, foi um fenômeno natural, resultado das constantes chuvas no sul do Peru e nos Andes bolivianos no ano passado e no final de 2013”, diz o consórcio em nota.

Sobre os impactos na migração de peixes como apontou o ecólogo Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), o consórcio Santo Antônio Energia afirma que “a construção da hidrelétrica foi precedida de todos os estudos ambientais pertinentes, aprovados pelos órgãos públicos competentes, para que fosse assegurada a preservação da ictiofauna local”.

Em relação a perícia técnica, que está sendo realizada pelos especialistas com base nas informações do reestudo do EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) determinada pelo juiz Herculano Martins Nacif, da 5ª. Vara Federal, o consórcio Santo Antônio afirma que atendeu “prontamente” a decisão judicial e incorporou novos dados aos seus estudos ambientais de EIA/Rima, tendo em vista os impactos causados pela cheia história de 2014, provocada por efeitos naturais.

“Respeitando os prazos determinados judicialmente, a Santo Antônio Energia encaminhou os dados complementares ao juiz da 5ª Vara Federal de Porto Velho, que englobam novos levantamentos topo-batimétricos, detalhamento da área afetada na rodovia BR-364 (Porto Velho/Rio Branco (AC)) e na Área de Preservação Permanente (APP) do Distrito de Jaci-Paraná. Juntamente com estas informações, a empresa encaminhou algumas proposições de ações que buscam evitar ou amenizar impactos nestas áreas, caso uma nova cheia semelhante à de 2014 venha a ocorrer”, diz a nota do consórcio.

Sobre a decisão do juiz Herculano Nacif que obrigou os consórcios Santo Antônio Energia e Energia Sustentável do Brasil a atender ao menos 20 mil pessoas cadastradas pela Defesa Civil Municipal e Estadual em municípios e distritos afetados, a operadora de Santo Antônio disse que a prestou apoio humanitário com doações para às famílias atingidas.

O consórcio Santo Antônio diz que entregou às famílias, entre outros itens, mais de 4 mil cestas básicas, mais de 12 mil litros de água mineral, 13 mil litros de combustível, cerca de 13 mil quilos de carne e instaladas 4 caixas d’água de 5 mil litros no Parque de Exposição, foram alojadas as famílias. Foram disponibilizados veículos, materiais de apoio aos Órgãos Públicos como impressoras, rádios comunicadores e barracas, além de embarcações e veículos para o resgate de famílias no Baixo Madeira.

Segundo a nota da Santo Antônio Energia, a empresa já investiu mais de R$ 1,4 bilhão no desenvolvimento de 26 subprogramas subdivididos em 48 ações relativas, sobretudo, ao meio ambiente e à população local.

Parte desses programas tem como objetivo, por exemplo, conservação da biota e preservação da ictiofauna do rio Madeira, caso específico do Programa de Conservação da ictiofauna, previsto no Plano Básico Ambiental da hidrelétrica. A Santo Antônio Energia mantém programa de monitoramento da ictiofauna e, permanece atenta à preservação dos peixes do Rio Madeira, adotando todas as medidas técnicas ao seu alcance para assegurar que o empreendimento não tenha nenhum impacto sobre a atividade pesqueira local.

O consórcio Energia Sustentável do Brasil, que opera Jirau, não respondeu às perguntas da Amazônia Real, assim como a Presidência do Ibama, que fica em Brasília.

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