Edna Shanenawa

Shanenawa

Acre

Na primeira Marcha das Mulheres Indígenas, em 2019, a delegação do estado do Acre quase não marcou presença. Já nessa última edição, o grupo coordenado por Edna Brandão Shanenawa, 45 anos, ganhou volume e se destacou com seus cantos, cores e cocares. “Esse momento mobilizou mais mulheres por conta que estamos sendo mais afetadas com esse governo fascista, com as mudanças climáticas e com a Covid-19. No pico da pandemia estivemos à frente enquanto os homens recuaram”, diz.

Vice-coordenadora da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira, ela luta para empoderar as indígenas dentro e fora das aldeias, levando discussões sobre violência doméstica e feminicídio.

“Como indígena eu digo que violência não é cultural, muitas vezes a mulher tem medo de perder o marido, mas mulher nenhuma nasceu para apanhar. Cultural é ela estar junto com a sua comunidade, cultural é viver feliz, se sentir bem, não ser violentada. Mulheres plantam, são artesãs, agentes agroflorestais. Elas conduzem, direcionam, buscam as condições para a aldeia. Mulher é sempre forte, mulher é mulher”, afirma. (Maria Fernanda Ribeiro)