As fraudes com o Cadastro Ambiental Rural 

Inovação do Código Florestal para regularização fundiária está facilitando a vida dos destruidores da Amazônia

Documento criado para regularizar a terra, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) tem sido usado de forma ilegal por invasores de Territórios Indígenas e Unidades de Conservação.

O CAR, criado pelo Código Florestal em 2012, abre a porteira para a ilegalidade da grilagem, o roubo de madeira e os fazendeiros que invadem TIs e UCs.

Porém, com o CAR, qualquer brasileiro pode se autodeclarar dono de uma terra que não é sua. Basta registrar!

Mas isso está certo?

A Amazônia Real investigou as fraudes do CAR na série Rondônia Devastada. E mostra que os Estados, que deveriam fiscalizar, fazem vistas grossas com o cadastro.

Para o cacique André Karipuna, a emissão de CARs é o principal indutor para a invasão do seu território. São 87 registros sobrepostos à TI Karipuna.

Na Cúpula do Clima, em 2021, Jair Bolsonaro prometeu "desmatamento ilegal zero". Porém, leis para facilitar a grilagem tramitam no Congresso. Daí vem a pressão dos invasores em usar o CAR.

"O CAR foi pervertido para servir de ferramenta de grilagem ao permitir que reivindicações autodeclaradas fossem documentadas sem qualquer forma de fiscalização", diz o cientista Philip Martin Fearnside.

Fearnside e outros pesquisadores, na revista Land Use Policy, mostraram que de 300 mil km2 de terras reivindicadas no CAR, 90,5% não estão de acordo com as leis ambientais e 45,8% em áreas protegidas.

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Eduardo Nunomura

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Alexandre Cruz Noronha, Bruno Kelly, Alexandre Cruz Noronha, Marcos Corrêa/ PR, Alberto César Araújo, Felipe Werneck/ Ibama, Yolanda Mêne, CIR