Ismael Machado

Mais que um veredito: a condenação de Bolsonaro e a urgência da Amazônia

Amazonia Real Por Ismael Machado Publicado em: 12/09/2025 às 15:23
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"Bolsonaro transformou a Amazônia em ativo político para sua base mais radical e em moeda de troca para setores econômicos interessados no uso predatório da terra. Sob sua gestão, a floresta deixou de ser patrimônio ambiental e passou a ser tratada como obstáculo a ser removido." Ismael Machado.

"Passar a boiada". Ricardo Salles

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Ismael Machado

Ismael Machado é jornalista, roteirista e cineasta. Já trabalhou como correspondente dos jornais ‘O Globo’ e ‘Jornal do Brasil’ na região Norte e como colaborador da Folha de São Paulo. Foi repórter especial do jornal Diário do Pará. É autor dos livros ‘Golpe, Contragolpes e Guerrilhas: O Pará e a ditadura militar’ (2014), vencedor do Prêmio IAP de Literatura 2013, na categoria Livro-Reportagem e a biografia ‘Paulo Fonteles-Sem Ponto Final’. Já obteve doze prêmios em jornalismo, inclusive duas vezes os prêmios Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos em Jornalismo. Fez roteiro e direção do curta Amador, Zélia, vencedor do Edital Lei Aldir Blanc 2021. Fez roteiro, produção executiva e direção do documentário ‘Na Fronteira do Fim do Mundo’, pela produtora Floresta Urbana (PA), 2021 (Seleção oficial ‘Montreal Independent Film Festival’ 2022). Roteirista e diretor do longa de ficção ‘Flashdance TF’, selecionado no edital Novos Realizadores 2022. Autor de oito livros publicados.

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1 Comentário

  1. Edilene Moraes disse:

    Eu me reconheço por inteiro nesse texto. Como cidadã e como profissional que acredita em políticas públicas sérias, li essa matéria com um nó na garganta e com a sensação de justiça começando — finalmente — a acontecer. A Amazônia, os povos indígenas, as famílias mais vulneráveis e a nossa democracia não são abstrações: são gente, são vidas, são direitos. E o que vimos no período Bolsonaro foi um projeto consciente de desmonte, um apelo ao ódio e à mentira que dividiu o país e deixou cicatrizes profundas. Por isso, a condenação dele não é “vingança”; é o mínimo que uma nação que se respeita deve aos seus — para que ninguém nunca mais ouse flertar com golpe de Estado, com autoritarismo ou com a política da morte.

    Eu apoio integralmente cada linha da matéria. Ela dá nome às coisas, encara o passado recente sem eufemismos e aponta a direção do que precisamos reconstruir: instituições fortes, fiscalização ambiental com autonomia, respeito aos povos da floresta, políticas de saúde e proteção social que não abandonem ninguém. E, sim, reafirmo o que defendo há muito tempo: o caminho que quero para o Brasil é o de um verdadeiro estadista — como o presidente Lula simboliza —, com diálogo, ciência, combate à fome, emprego digno e compromisso real com o futuro da Amazônia. É disso que se trata governar: cuidar de gente e de território com responsabilidade.

    Quero que esta condenação sirva de exemplo e de freio a todo golpismo. Quem atentou contra a democracia e contra a vida precisa responder — para que as famílias que sofreram com a pandemia, os Yanomami e tantos outros povos, as comunidades ribeirinhas e urbanas, todos nós, possamos ter reparação. Mas não me basta a pena no CPF: eu quero a reconstrução completa do que foi destruído. Quero ver IBAMA, ICMBio e Funai respeitados; quero ver o garimpo ilegal enfrentar a força do Estado; quero ver as águas limpas de novo, as crianças nutridas, a floresta viva como promessa e não como memória.

    Ao meu amigo que escreveu: obrigada por não relativizar a verdade. Sua matéria é necessária, corajosa e didática. Ela me representa — na dor do que vivemos e na esperança do que vamos construir. Que esse marco judicial vire compromisso cotidiano: democracia nunca mais será atacada impunemente; a Amazônia nunca mais será tratada como obstáculo; o povo brasileiro nunca mais será conduzido por quem lucra com a mentira e com o ódio. É por justiça, por memória e por futuro que eu assino junto.

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