Experiências do rádio na América Latina

RENAN ALBUQUERQUE * Na América Latina, houve vários movimentos que ficaram marcados por suas grandes contribuições para a população. Eram rádios que tinham como missão defender pessoas de investidas dos governos autoritários da época ditatorial. Não muito diferente da Europa, […]

Por Amazônia Real Publicado em: 15/09/2014 às 11:53

RENAN ALBUQUERQUE *

Na América Latina, houve vários movimentos que ficaram marcados por suas grandes contribuições para a população. Eram rádios que tinham como missão defender pessoas de investidas dos governos autoritários da época ditatorial. Não muito diferente da Europa, essas emissoras foram responsáveis por mobilizar milhares de trabalhadores na luta pela liberdade de expressão. Essas emissoras tiveram participação fundamental na transformação política do continente. Em alguns desses acontecimentos políticos, o rádio da América Latina ajudou nas mudanças.

Os principais veículos que se destacaram foram às rádios revolucionárias e as rádios guerrilheiras. Nomes diferentes, mas comungavam quase que da mesma ideologia transformadora. Peruzzo (1998, p. 215), comenta um pouco das duas formas de rádios. “a rádio revolucionária procura sustentar e defender um regime político instaurado quando, pela luta armada, conquista o poder do Estado”. Já “a rádio guerrilheira é um veículo de mensagens com vista a angariar a simpatia para as ações armadas, buscando criar consenso em torno delas e o apoio popular em termos ideológicos e de prática política”. As duas são parecidas e lutavam para se libertar de regimes autoritários de extrema direita.

Uma experiência de rádio revolucionária na América Latina aconteceu na Nicarágua, na Revolução Sandinista de 1979-1989. Os meios de comunicações tiveram papel importante para informar os pequenos vilarejos ao longo da revolução. Em meio a conflitos, as rádios mantiveram as programações normais como prestação de serviço à população. Foi uma experiência ousada, mas que deu certo. E durante a revolução as poucas emissoras de rádio que resistiram não se intimidaram e continuaram operando normalmente.

Experiência de rádio guerrilheira na América Latina foi a Rádio Rebelde, de Sierra Maestra, em Cuba. Idealizada por Che Guevara, foi arma crucial para os revolucionários se comunicarem entre si. Era através do rádio que guerrilheiros e população mantinham comunicação sobre frentes de conflitos contra tropas de Fulgêncio Batista. A vitória dos Guerrilheiros, comandada por Castro e Guevara, teve contribuição grande da radiodifusão em Cuba.

Essas foram algumas das principais revoluções que aconteceram em nosso continente e ficaram marcadas na história por suas complexidades. O rádio ferramenta importantíssima na comunicação entre rebeldes e na prestação de serviços para a população. A contribuição do rádio na transformação social desde muito tempo impressiona. Até hoje, ainda, o rádio tem importância fundamental nos acontecimentos da sociedade moderna.

Ou seja, esse meio de comunicação vem se reinventando no decorrer dos tempos para não ser engolido pelos novos meios tecnológicos de comunicação existentes atualmente.

* Colaborou Wérisson Simões, estudante de comunicação social da Ufam/Parintins

Renan Albuquerque é professor e pesquisador do colegiado de jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e desenvolve estudos relacionados a conflitos e impactos socioambientais entre índios waimiri-atroari, sateré-mawé, hixkaryana, junto a atingidos pela barragem de Balbina e com assentados da reforma agrária.

Reportagem Noticiosa

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