Audiência do caso de abusos contra meninas indígenas inicia em São Gabriel da Cachoeira
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Por que a demarcação das terras indígenas é importante ? A resposta a essa pergunta pode ser encontrada nos semáforos da maioria das capitais dos estados brasileiros, onde pedintes esmolam trocados para garantir a refeição do dia. Se prestarmos atenção notaremos, no meio dos miseráveis e marginalizados, um representante dos povos indígenas. Na maioria das vezes veste traje típico, vende colares; está acompanhado por esposa e por crianças pequenas que circulam arriscadamente entre carros pedindo moedas. É isso que acontece quando o agronegócio invade terras indígenas: a floresta é derrubada; a soja e o milho são plantados; o gado é trazido para pastar e os índios – seculares donos das terras – são expulsos, primeiramente para cidades próximas, depois para metrópoles. Num ambiente desconhecido e hostil para eles – o urbano – os indígenas sofrerão inevitáveis processos de perda de identidade cultural e desestruturação familiar. O pai procurará serviços que requerem menor qualificação profissional como bóia-fria, desossador de frigorífico, ajudante de serviços gerais ou será um desempregado permanente; a mãe trabalhará como faxineira, empregada doméstica ou, na melhor das hipóteses, manicure, enquanto a filha provavelmente será mãe solteira nos primeiros anos da adolescência, interrompendo a formação escolar que poderia tira-la da situação de marginalidade a que são submetidos os índios depois de perderem suas terras e migrarem para as cidades. É por isso que a demarcação das terras indígenas é importante, e urgente.
Infelizmente tudo isto é verdade.