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Em protesto na COP22, ativistas dizem que Trump não está comprometido com os povos

Por Amazônia Real Publicado em: 10/11/2016 às 13:23

Os manifestantes cobram do presidente eleito dos Estados Unidos justiça social e climática, respeito aos indígenas e a proteção das águas. A fotografia é de autoria de Bruna Baddini/CáspernaCOP22.

Felipe Sakamoto, Do Projeto Cásper na COP 22 para a Amazônia Real

Marrakech – A vitória de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos na eleição da última terça-feira (8) causou protestos por parte de ativistas durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP22, em Marrakech, no Marrocos. Apesar das preocupações sobre o novo governo na Casa Branca, houve projeções otimistas do Greenpeace sobre o Acordo de Paris.

Na campanha eleitoral, o republicano prometeu revogar as ações do presidente Barack Obama para combater o aquecimento global, como a assinatura do Acordo de Paris, que é o tratado que estabeleceu mecanismos para que todos os países limitem o aumento da temperatura no Planeta e fortaleçam a defesa contra os impactos inevitáveis da mudança climática.

Ativistas de organizações como a Sustain US, da Youngo (Jovens Observadores de Organizações Não Governamentais), e da ONG Engajamundo se manifestaram contra Trump nesta quarta-feira (9) com um grande cartaz com a frase “Presidential To-Do List:” (Lista do que o Presidente precisa fazer, na tradução livre) e com os seguintes tópicos: “lutar por justiça climática, respeitar os indígenas, proteger a água”, dentre outras reivindicações.

O alvo do manifesto era endereçado à candidata democrata Hillary Clinton caso fosse eleita. Mas como a vitória de Trump contrariou todas as previsões, os manifestantes riscaram a palavra “Presidential” (Presidente) e colocaram o nome “Peoples´s” (Povos), já que o republicano, segundo os ativistas, não vai se comprometer com as tarefas descritas no cartaz.

(Foto: Bruna Baddini/CáspernaCOP22)

O principal objetivo do protesto contra Trump era mostrar que a sociedade tem várias demandas para o próximo presidente dos Estados Unidos.

“As pessoas terão que dar conta dessa questão”, disse a coordenadora geral da organização brasileira Engajamundo, Raquel Rosenberg. “Eu acho que vamos viver momentos muito difíceis nos próximos anos. O protesto foi muito empoderador para nós. Notamos que é isso, somos nós que teremos que lidar com essas tarefas e precisamos de força para dar conta delas”, afirma.

O coordenador de Mudanças Climáticas da organização ambientalista Greenpeace, Pedro Telles, diz acreditar ser improvável que Donald Trump tente revogar o Acordo de Paris, uma vez que o término do tratado coincidiria com o final de seu mandato de quatro anos, iniciando em janeiro de 2017. “Trump é uma barreira que vem, mas a ação climática deve continuar”, disse.

Pelo ponto de vista financeiro, Pedro Telles avalia que a baixa dos preços das energias renováveis ao decorrer dos anos se tornou interessante para os países desenvolvidos, como China, Índia e o próprio Estados Unidos que estão observando essa alternativa como fundamental para o futuro.

Os negociadores americanos que se encontram na COP 22 em Marrakech estão ainda sob comando do governo Obama. “O que muda para essa COP é a importância de entregar bons resultados. Temos vários dias de negociação ainda e vamos lutar para conseguir bons resultados”, pondera Pedro Telles, do Greenpeace.

Felipe Sakamoto é aluno do 2º. Ano da Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero e participa do Projeto Cásper na COP 22, que é a cobertura da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas (ONU) sobre as Mudanças Climáticas no Marrocos. O projeto, que tem a parceria de 15 veículos jornalísticos do Brasil, entre eles, a agência Amazônia Real, visa inserir os estudantes na prática internacional de comunicação e jornalismo envolvendo questões de cunho ambiental e humanitário. Apoiam o projeto a Fundação Cásper Líbero, a Air Royal Maroc e a JHL Agência de Turismo. Conheça o projeto aqui.

Reportagem Noticiosa

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