A gigante da mineração não é empresa de varejo

A Vale comemorou, com farta distribuição de publicidade pela grande imprensa, ter ficado entre as 10 melhores colocadas na pesquisa Carreira dos Sonhos, realizada com mais de 90 mil pessoas, que responderam de forma espontânea sobre onde gostariam de trabalhar. […]

Amazonia Real Por Lúcio Flávio Pinto Publicado em: 23/08/2023 às 15:45
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"É quase uma reprodução integral dos press-releases da companhia. É a hora do toma lá para manter o dá-cá, que explica ser a Vale uma das maiores anunciantes da imprensa no país, sobretudo nos Estados nos quais atua, o mais importante deles para a companhia sendo o Pará", diz Lúcio Flávio Pinto.
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Lúcio Flávio
Lúcio Flávio Pinto

Lúcio Flávio Pinto é jornalista desde 1966. Sociólogo formado pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em 1973. Editor do Jornal Pessoal, publicação alternativa que circula em Belém (PA) desde 1987. Autor de mais de 20 livros sobre a Amazônia, entre eles, Guerra Amazônica, Jornalismo na linha de tiro e Contra o Poder. Por seu trabalho em defesa da verdade e contra as injustiças sociais, recebeu em Roma, em 1997, o prêmio Colombe d’oro per La Pace. Em 2005 recebeu o prêmio anual do Comittee for Jornalists Protection (CPJ), em Nova York, pela defesa da Amazônia e dos direitos humanos. Lúcio Flávio é o único jornalista brasileiro eleito entre os 100 heróis da liberdade de imprensa, pela organização internacional Repórteres Sem Fronteiras em 2014. Acesse o novo site do jornalista aqui www.lucioflaviopinto.com.

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1 Comentário

  1. Gustavo T. Gazzinelli disse:

    Muito oportuna sua matéria e considerações, Lúcio Flávio.

    Eu lembro algumas coisas para sua avaliação e dos leitores, a partir da experiência com a Vale em Minas Gerais.

    1° – segundo relatorios 20F da Vale SA para a Comissão de Valores Mobiliarios dos EUA, as jazidas mais longevas da Vale ainda se encontram em MG, destacadamente nos complexos Vargem Grande (Nova Lima e Itabirito) e Mariana (Mariana, Ouro Preto e Catas Altas), que têm jazidas com previsão de produção para além de 2100, enquanto Carajás, segundo a empresa, deverá exaurir suas jazidas dentro de 50 anos + ou -.

    Com os problemas das barragens em MG, a Vale resolveu cobrir o buraco dos contratos de longo prazo, incentivando CNPJs laranjas e investindo na aquisição de “terceiros” – o que tb consta das tabelas de produção de minério de ferro dos complexos Sul e Sudeste, conforme os últimos relatórios 20F.

    A Vale, como as outras players de exportação da commodity (Anglo American, CSN e terceirizadas), obviamente optaram por atender à divisão internacional (e tb à nacional) do trabalho/produção e entrega. Esse sistema ou cadeia produtiva dispensa transformação (nacional) para recepção do produto pelo consumidor final. Embora o Ibram e outros sindicatos patronais picaretas da mineração de ferro gostem de agregar indústria e metalurgia automobilística, entre outras, na fraude do faturamento e geração de empregos e PIBs do setor.

    Evidentemente, pelo que você descreve, continuamos a ser mero fornededor de materia-prima e a Vale se vangloria de ser operadora mór desse projeto.

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