Meio Ambiente

Palestrantes farão alerta sobre a devastação da floresta em debate da Amazônia Real

Os palestrantes do debate “O desmatamento da Floresta Amazônica e a Crise Hídrica no Brasil”, que acontece nesta quarta-feira (29) a partir das 14h na galeria do Icbeu, vão destacar no evento a importância da preservação do ecossistema e, alertar […]

A área de floresta virou um cemitério de árvores mortas. (Foto: Alberto César Araújo/Greenpeace)

Por Kátia Brasil Publicado em: 29/04/2015 às 13:54

Os palestrantes do debate “O desmatamento da Floresta Amazônica e a Crise Hídrica no Brasil”, que acontece nesta quarta-feira (29) a partir das 14h na galeria do Icbeu, vão destacar no evento a importância da preservação do ecossistema e, alertar a população brasileira sobre a devastação que ocorre em ritmo acelerado na Amazônia.

O debate será transmitido ao vivo no link www.postv.org.

Participante do debate, o ecólogo Philip Fearnside vai falar sobre o tema “A Amazônia e a questão hídrica nacional”. Ele diz que o desmatamento da floresta amazônica é uma situação história, embora as pessoas de Manaus (AM) não têm conhecimento do que está acontecendo mesmo vivendo em plena floresta amazônica.

“O número de pessoas que já andou em áreas de desmatamento é mínimo, então, o que as pessoas sabem em Manaus é via jornais e TV, situação igual das pessoas que estão em São Paulo. Esse debate é um momento importante para discutir esses temas”, disse Fearnside, que é pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia).

Também convidado como palestrantes do debate organizado pela agência de jornalismo Amazônia Real, o meteorologista Gustavo Ribeiro vai falar sobre tema: “O Clima na Amazônia”. Ele vai mostrar as diferenças entre os períodos chuvoso e seco e do clima no mesmo ecossistema. “Por que quando é muito chuvoso aqui em Manaus, em Boa Vista (RR) é bastante seco? As pessoas dizem que aqui existe o inverno amazônico e verão amazônico, são termos populares, mas, tecnicamente esses termos não são corretos. Então vou dar um panorama geral dessas variáveis anualmente e ou mostrar dados dos últimos meses”, disse Gustavo Ribeiro, que é meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Outro palestrante, o geógrafo Carlos Durigan, vai falar sobre “Águas e Paisagens Aquáticas: a Amazônia para além de suas florestas”. “A primeira imagem que sem tem quando se fala da Amazônia é a floresta, mas a gente sabe que 20% da área da Amazônia é água ou ambientes relacionados à água, que são áreas inundáveis, várzeas, igapós, buritizais, açaizais. E assim, baseado em estudos e trabalhos feitos ao longo da história da pesquisa na Amazônia e, mais recentemente as experiências do Provárzea e Mamirauá, se constata que o regime de chuvas e a bacia hidrográfica têm uma importância muito grande para a paisagem e para a manutenção da biodiversidade e das comunidades ribeirinhas”, disse Durigan, que é diretor do Programa Amazônia da WCS-Brasil (Associação Conservação da Vida Silvestre).

Ricardo Guimarães será o único palestrante do debate “O desmatamento da Floresta Amazônica e a Crise Hídrica no Brasil” a falar durante o debate via internet por meio da transmissão da postv.org. Ele é pesquisador do projeto Rede InfoAmazônia. O projeto desenvolveu um sistema de informação sobre a qualidade da água é utilizada pelos ribeirinhos região amazônica. Com recursos do prêmio “Desafio de Impacto Social promovida pelo Google no Brasil”, o projeto vai instalar 25 sensores de baixo custo na Amazônia brasileira para fazer um mapeamento sobre a qualidade da água para consumo humano, medindo alguns parâmetros físico-químicos. As informações serão disponibilizadas a população também por meios de torpedos SMS.

Segundo o geólogo Marco Oliveira, palestrante que vai abordar o tema “ Terra e Água na Amazônia”, a maior floresta tropical do planeta evoluiu sob condições ambientais, de insolação, circulação de água, formação de solo e especiação da biodiversidade, criadas pela própria evolução da Terra, à milhares e milhares de anos.

“Aspectos como posição do eixo e rotação da Terra, à deriva dos continentes, as glaciações e principalmente o surgimento da Cordilheira dos Andes foram determinantes para a criação e manutenção deste bioma. Em um cenário de mudanças climáticas globais e pressão da atividade humana sobre os recursos naturais é preciso considerar a Amazônia não apenas como um sistema frágil e vital para a estabilidade do clima que, portanto, deveria ser preservada integralmente, mas como uma região capaz de dar soluções para mitigar os efeitos das mudanças do clima sobre as populações”, disse Oliveira, que é superintendente do Serviço Geológico do Brasil.

O debate “O desmatamento da Floresta Amazônica e a Crise Hídrica no Brasil” é uma realização da agência de jornalismo independente Amazônia Real.

O evento recebe o apoio do Coletivo de Difusão, do Mídia Ninja, que juntos com grupos de comunicação independente monitoram a crise hídrica em São Paulo e publicam reportagens pelo site Conta da Água.

O Instituto Cultural Brasil – Estados Unidos (Icbeu) também apoia o debate “O desmatamento da Floresta Amazônica e a Crise Hídrica no Brasil” sediando o evento com acesso à internet.

Informações: (92) 98207-5542 ou (92) 3236-2844

www.amazoniareal.com.br/debate

Reportagem Noticiosa

Sobre a matéria

Kátia Brasil

Kátia Brasil é co-fundadora e editora executiva da agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real, com sede em Manaus (AM). Recém formada pela Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, foi morar na Amazônia no início do ano de 1990. Trabalhou nas TVs Educativa e Cultura e nos jornais O Globo, A Gazeta de Roraima, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Entre os prêmios que ganhou estão o Esso Regional Norte 1991 e Women Journo Heroes (#JournoHeroes), da International Women’s Media Foundation (IWMF), em 2019, Prêmio Abraji, em 2020, Vladimir Herzog e Comunique-se, ambos em 2021. É uma das jornalistas brasileiras +Admiradas Negras da Imprensa Brasileira, em 2024. É diretora editorial do Projor/Observatório da Imprensa. Conselheira do Tornavoz e RBJA, e membra da Comissão da ABI Ambiental. Foi eleita em 1o. lugar Região Norte do Prêmio TOP 100 +Admirados Jornalistas Brasileiros. Integra o forbiddenstories.org, o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus (FPMM) e o Coletivo Mães Pela Diversidade em defesa das pessoas LGBTQIAPN+. ([email protected])