“É incomum termos que provar que foi um feminicídio quando tudo é óbvio. Eles estupraram e assassinaram a minha irmã. Esperamos avançar não só para demonstrar o feminicídio e a xenofobia, mas para demonstrar a falta de ações do sistema de justiça e a ineficiência da polícia. Esta é uma luta por justiça para Julieta e para todas as mulheres” - Sophía Hernández, irmã de Julieta Hernández
“A reclassificação [do crime] retrata os fatos. O que nós temos é um conjunto de elementos que comprovam no processo que a motivação do crime foi a violência de gênero com a questão da xenofobia agregada. A configuração de feminicídio descortina todo um debate no estado do Amazonas a respeito desse crime, que não pode ser convertido em um número de estatística como um latrocínio, porque não há elementos para isso e nem retrata o que aconteceu e deve ser enfrentado pelas autoridades locais” - Carlos Nicodemos, advogado da família de Julieta Hernández
“Estamos com um grande sentimento de indignação. Não classificar esse crime bárbaro como feminicídio coloca todas as mulheres em perigo, legitima a violação dos corpos femininos e a impunidade contra esses crimes” - Michele da Silva, ativista do Fórum Permanente de Mulheres de Manaus (FPMM)
“O sistema patriarcal ainda é muito forte em todo o mundo. As mulheres morrem pelo simples fato de serem mulheres, porque os homens acham que são donos das vidas e dos corpos delas. É preciso cuidado nas investigações, tem que evitar tirar conclusões precipitadas e avaliar os fatos. A justiça tem que compreender quando uma mulher está sendo vítima de violência, seja física, psicológica ou financeira, pois isso tudo acaba culminando muitas vezes no feminicídio. São violências que vão se somando, e a violência contra a mulher já é um problema de saúde pública” - Vanja Santos, União Brasileira de Mulheres (UBM)
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