Uma temporada infernal

(Este texto é de agosto de 2001, exatamente 23 anos atrás. Substancialmente, a situação relatada não mudou) Há pelo menos quatro décadas [desde os anos 1960, portanto] o verão é marcado, na Amazônia, por uma safra de fogo e de […]

Demarcated in 1985, the Sararé Indigenous Land remains under siege by thousands of miners who are playing a game of cat and mouse with the security and environmental protection forces. Home to the Nambikwara people, the 67,000-hectare territory has been systematically dismantled by the action of hundreds of hydraulic excavators that, day and night, deepen the drama of a people who are held hostage in their own home. Very close to the seven villages that are home to a population of 250 people, and spread across almost half of the territory, mining continues to expand and make the Nambikwara way of life unviable, ignoring the right of this population to live according to their customs and traditions. Demarcada em 1985, a Terra Indígena (TI) Sararé, segue sitiada por milhares de garimpeiros que protagonizam um jogo de gato e rato com as forças de segurança e de proteção ao meio ambiente. Lar do povo Nambikwara, o território de 67 mil hectares tem sido sistematicamente desmanchado pela ação de centenas de escavadeiras hidráulicas que dia e noite aprofundam o drama de um povo que é refém de sua própria casa. Muito próximo das sete aldeias que abrigam uma população de 250 pessoas, e espalhados por quase metade do território, o garimpo segue se expandindo e inviabilizando o modo de vida dos Nambikwara, ignorando o direito dessa população viver conforme seus costumes e tradições.
Amazonia Real Por Lúcio Flávio Pinto Publicado em: 29/08/2024 às 18:09
Lúcio Flávio
Lúcio Flávio Pinto

Lúcio Flávio Pinto é jornalista desde 1966. Sociólogo formado pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em 1973. Editor do Jornal Pessoal, publicação alternativa que circula em Belém (PA) desde 1987. Autor de mais de 20 livros sobre a Amazônia, entre eles, Guerra Amazônica, Jornalismo na linha de tiro e Contra o Poder. Por seu trabalho em defesa da verdade e contra as injustiças sociais, recebeu em Roma, em 1997, o prêmio Colombe d’oro per La Pace. Em 2005 recebeu o prêmio anual do Comittee for Jornalists Protection (CPJ), em Nova York, pela defesa da Amazônia e dos direitos humanos. Lúcio Flávio é o único jornalista brasileiro eleito entre os 100 heróis da liberdade de imprensa, pela organização internacional Repórteres Sem Fronteiras em 2014. Acesse o novo site do jornalista aqui www.lucioflaviopinto.com.

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