Política

Família de Julieta luta para o crime ser reconhecido como feminicídio

Amazonia Real Por Nicoly Ambrosio Publicado em: 11/06/2024 às 19:22
Citações
“Primeiro porque quando é latrocínio são menos anos de condenação e os tratamentos são diferentes, e segundo e mais importante é porque foi um feminicídio e não podemos chamar por outro nome um crime de gênero. Julieta morreu por ser mulher, migrante e por viver uma vida em liberdade, como nós mulheres devemos viver” - Sophia Hernandez, irmã de Julieta Hernandez

“Estamos empenhadas por conta de todas as características do crime envolvendo violência sexual e tortura contra a Julieta. O crime tem nitidamente traços de violência de gênero e que portanto está qualificado dentro das características de um feminicídio por conta destas condições. Nós do Ministério das Mulheres estamos apoiando o pleito da família e dos advogados para essa reclassificação” - Denise Motta Dau, secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher do Ministério das Mulheres

“Existiu ali uma evidência em relação a intencionalidade de se agredir, violar, praticar misoginia e xenofobia. Isso só se evidencia na legislação penal como crime de feminicídio, o que não foi efetivamente apresentado pelo Ministério Público nem recepcionado inicialmente pelo Poder Judiciário” - Carlos Nicodemos, advogado da família de Julieta Hernandez

“Nós lutamos para estar vivas e nós lutamos pelo direito à liberdade, por isso esse caso de Julieta para nós é muito emblemático nesse sentido. Nós só vamos conseguir balançar com essa estrutura machista com formação e capacitação de agentes de poder para trabalhar com o combate à violência contra a mulher, o combate ao feminicídio. Não é possível que um tribunal e que uma polícia não leve a questão de gênero em consideração” - Vanja Santos, presidente da UMB

“O latrocínio é um crime de roubo seguido de morte e o feminicídio é um crime cometido contra uma mulher pelo fato dela ser mulher. Ela [Julieta] foi estuprada, torturada e queimada viva. O roubo dos seus pertences se deu no sentido apenas de esconder o crime, não foi o objetivo principal” - Alessandra Campelo, deputada estadual
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Nicoly Ambrosio

É jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e fotógrafa independente residente na cidade de Manaus. Como repórter, escreve sobre violações de direitos humanos, conflitos no campo, povos indígenas, populações quilombolas, racismo ambiental, cultura, arte e direitos das mulheres, dos negros e da população LGBTQIAPN+. Já expôs trabalhos fotográficos no 10° Festival de Fotografia de Tiradentes (Tiradentes/MG, 2020) e Galeria do Largo - Espaço Mediações (Manaus/AM, 2020). De 2020 a 2022, participou do projeto de Treinamento no Jornalismo Independente e Investigativo da Amazônia Real.

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