Amazônia Realidade

Leyla Leong destaca as ilustrações de Margaret Mee na agenda cultural de julho

Manaus (AM) – O mês de julho será marcado por eventos que discutirão as representações da região amazônica nas artes plásticas, literatura, dança, teatro e educação, como pode ser conferido na agenda cultural da Amazônia Real. Os eventos deste […]

Leyla Leong (Reprodução Facebook)

Por Kátia Brasil Publicado em: 07/07/2018 às 10:55

Manaus (AM) – O mês de julho será marcado por eventos que discutirão as representações da região amazônica nas artes plásticas, literatura, dança, teatro e educação, como pode ser conferido na agenda cultural da Amazônia Real. Os eventos deste mês acontecem em Manaus (AM), Macapá (AP) e Brasília (DF).

O artista contemporâneo Jaider Esbell é o convidado do debate “Falas de Makunaima”, no dia 11 de julho, em Brasília. O debate é baseado no artigo em que Jaider critica o papel do indígena no livro “Macunaíma – O Herói sem nenhum caráter”, de Mário de Andrade. A exposição “TransMakunaima, O Buraco é mais Embaixo”, que já ficou em cartaz em Manaus, estará em temporada durante este mês no Memorial dos Povos Indígenas da capital do Distrito Federal.

Em Manaus, o Sesc, em parceria com o Casarão de Ideias, promove o Sarau Literário, com bate-papo sobre as representações da natureza nas narrativas da Amazônia, englobando mitos, visualidades, músicas e literatura. A jornalista, escritora e ilustradora botânica Leyla Leong é uma das convidadas do evento, que acontece no dia 11 de julho. Ela escolheu as narrativas visuais da artista botânica inglesa Margaret Mee (1909-1988) como tema de sua participação no sarau. Em seu trabalho, Mee chamou a atenção do mundo para a importância da flora da Floresta Amazônica. Participarão também do Sarau Literário o artista plástico Roberto Evangelista e a professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Marilina Bessa. A mediação do debate será do professor e sociólogo Renan Freitas Pinto. Leia abaixo a entrevista com Leyla Leong.

A artista inglesa Margaret Mee (Foto: Planeta Tela)

Amazônia Real – Por que a senhora escolheu Margaret Mee?

Leyla Leong – Acho que a escolha da obra de Margaret Mee por si só se define. Pelo legado artístico e científico que ela deixou para o mundo a respeito da floresta amazônica, nos aspectos de preservação, pesquisa, conservacionismo e arte.

Amazônia Real – Como a senhora enxerga a relação entre arte e ciência no trabalho dela?

Leyla – A beleza das aquarelas de Mee não ofuscam a importância da sua contribuição para a ciência. Além de registrar as plantas e as flores da floresta durante mais de 30 anos e 15 viagens, que podiam durar até quatro meses dentro da mata, era uma ativista ambiental internacionalmente conhecida e respeitada.

Descobriu oito novas espécies (da flora). Seus projetos tinham suporte de grandes instituições científicas nacionais e internacionais. Se formos “puxar” para termos da “moda”, ela foi uma mulher “empoderada” que enfrentou sozinha intempéries, doenças tropicais e viagens arriscadas sozinha em nome de um sonho: registrar o florescer da Flor da Lua.

Amazônia Real – De que forma a senhora enxerga características do trabalho de Mee nas pinturas amazonenses atuais?

Leyla Leong – Uma apaixonada pela Natureza e pela Amazônia. Meu objetivo é que a sua obra seja conhecida aqui no Amazonas que a esqueceu, assim como esqueceu outro gênio que foi o João Barbosa Rodrigues que também foi, entre outras coisas, ilustrador científico.

Agende-se em Manaus

Café do projeto “My Road”

O grupo de voluntários Alumni Manaus, composto por ex-intercambistas de programas educacionais da Embaixada dos Estados Unidos, promoverá um café da manhã beneficente para dar continuidade ao projeto “My Road”, no qual os professores dão aulas gratuitas de inglês para alunos da rede pública de ensino. O dinheiro arrecadado no evento será utilizado para a compra de novos materiais didáticos. Segundo Silvana Carvalho, do Alumni Manaus, a importância de dar continuidade ao projeto é “possibilitar a adolescentes de baixa renda de diversos bairros de Manaus o domínio de um segundo idioma, promovendo não apenas a inclusão social como também uma visão do mercado de trabalho”.

Quando: 8 de julho

Local: Hotel Go Inn – Rua Monsenhor Coutinho, Centro

Horário: a partir das 7h 30
Entrada: R$ 25 (pessoa)

Sarau Literário

Promovido tradicionalmente pelo Sesc, o Sarau Literário será realizado no Casarão de Ideias, no centro de Manaus. Nesta edição, haverá um bate-papo com o tema “A representação da Natureza nas narrativas da Amazônia”, com Roberto Evangelista, Marilina Bessa e Leyla Leong, com mediação de Renan Freitas Pinto. O evento contará com apresentações musicais de Mirian Abad. Segundo a produtora do evento, Ryanne Lima, o evento reunirá “pessoas que acreditam nas artes como um caminho para a aprendizagem e o enriquecimento cultural.”

Quando: 11 de julho
Local: Casarão de Ideias – Rua Barroso, 279, Centro
Horário: 19 h
Entrada: gratuita

Clube das Manas

O Instituto Mana, todos os meses, promove o Clube das Manas, um clube de leitura para obras escritas exclusivamente por mulheres. Em julho, o livro escolhido para as discussões é “Quase o Fim”, uma ficção científica da escritora amazonense Leila Plácido, que estará presente no evento. A obra é narrada por Zoé, uma menina que narra os acontecimentos imediatamente anteriores à aniquilação total da humanidade por meio de uma organização chamada “Messias”, que pretende reconstruir a população de acordo com seus moldes.

Quando: 25 de julho
Local: Livraria Cultura – Amazonas Shopping
Horário: 19 h
Entrada: gratuita

Agende-se em Brasília

‘Falas de Makunaima’

O artista Jaider Esbell (Foto: arquivo pessoal)

A roda de conversa “Falas de Makunaima” será baseada no artigo “Mukunaima, o meu avô em mim!”, de Jaider Esbell, artista contemporâneo da etnia Macuxi. O artigo reivindica o protagonismo indígena usando “Macunaíma”, de Mário de Andrade, como objeto de crítica. Jaider desenvolve este trabalho através da arte para reformular a chamada identidade brasileira, trazendo Makunaima como uma entidade, retratando a cosmovisão dos povos indígenas que cercam o Monte Roraima (RR). Por sua vez, a exposição “TransMakunaima – O buraco é mais embaixo”, também derivada do artigo, fica em cartaz no Memorial dos Povos Indígenas entre os dias 7 a 29 de julho, também com entrada franca.

Quando: 11 de julho
Local: Auditório do Memorial dos Povos Indígenas
Horário: 14 h
Entrada: gratuita

Agende-se em Macapá

Festival de Verão

É assim que se define o evento que acontece em balneários da capital e do interior do Amapá durante o período mais quente da região. O objetivo do festival é disseminar a cultura amazônica para o público amapaense e turistas, com uma programação, composta por exposições, danças, música de variados estilos, circo, teatro e poesia. Participarão do Festival Macapá Verão artistas como Patrícia Bastos, Enrico Di Miceli, Marabaixo da Favela, Arraial da Pavulagem, Beto 7 cordas, entre outros. Haverá também o Festival do Camarão no Bafo na Fazendinha No total, serão 108 apresentações gratuitas espalhadas, de todas as linguagens artísticas, para público de todas as idades.

Quando: de julho a 2 de agosto.

Locais: Balneários do Lontra da Pedreira, Vila Progresso no Bailique, Maruanum, São Joaquim do Pacuí e Curiaú.

Informações: 96 – 98802 1186

[email protected]

Festival Macapá Verão (Foto: Prefeitura de Macapá)

Mande sugestões de eventos nas cidades amazônicas para o e-mail: [email protected]

*Maria Cecília Costa participa do Projeto de Treinamento em Jornalismo Independente e Investigativo da Amazônia Real. É estudante do 7º. Período do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Reportagem Noticiosa

Sobre a matéria

Kátia Brasil

Kátia Brasil é co-fundadora e editora executiva da agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real, com sede em Manaus (AM). Recém formada pela Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, foi morar na Amazônia no início do ano de 1990. Trabalhou na TV Cultura e jornais O Globo, A Gazeta de Roraima, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Entre os prêmios que ganhou estão o Esso Regional Norte 1991 e Women Journo Heroes (#JournoHeroes), da International Women’s Media Foundation (IWMF), em 2019, Prêmio Abraji, em 2020, Vladimir Herzog e Comunique-se, ambos em 2021. É uma das jornalistas brasileiras +Admiradas Negras da Imprensa Brasileira, em 2024. É diretora editorial do Projor/Observatório da Imprensa. Conselheira do Tornavoz e RBJA, e membra da Comissão da ABI Ambiental. Foi eleita em 1o. lugar Região Norte do Prêmio TOP 100 +Admirados Jornalistas Brasileiros. Integra o forbiddenstories.org, o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus (FPMM) e o Coletivo Mães Pela Diversidade em defesa das pessoas LGBTQIAPN+. ([email protected])