Philip M. Fearnside
A Avaliação Ambiental Estratégica da BR-319: 1- a AAE e os impactos da rodovia
Artigo avalia como medidas do governo federal para identificar impactos da BR-319 vai influenciar nas decisões sobre licenciamentos.
DOE PARA A AMAZÔNIA REAL
Sua contribuição fortalecerá o jornalismo investigativo, feito com independência e liberdade editorial, que visibiliza as populações silenciadas.
Excelente matéria!
Gostaria só de sugerir a seguinte pesquisa aos autores:
Quais seriam os custos e benefícios se, em vez de asfaltar a BR-319, o governo subsidiasse o transporte fluvial (pelo Rio Madeira) e aéreo (entre Porto Velho e Manaus, além de Manicoré e Borba), tanto de cargas quanto de passageiros?
Na minha “conta de padeiro”, o custo da pavimentação vai ficar em torno de R$ 4 bilhões, o que dá um custo de capital anual de R$ 600 milhões, já que o governo federal está se financiando a 15% de juros. O número de passageiros de avião por ano entre Porto Velho e Manaus é de aproximadamente 100 mil, a um preço unitário de uns R$ 600 cada passagem. Se o governo pagar R$ 300 do valor da passagem, daria para subsidiar a compra de 200 mil passagens por apenas R$ 60 milhões (cerca de 10% do custo de capital da obra de asfaltamento). De maneira semelhante, e com ordem de grandeza de custos também semelhante, poderiam ser subsidiados o transporte aéreo de cargas e fluvial (cargas e passageiros), já que a drenagem do Rio Madeira anual não custa R$ 100 milhões, e os barcos/lanchas/barcaças/balsas também poderiam receber um subsídio por viagem, por exemplo.
Em termos de benefícios sociais e ambientais, estes também seriam enormes, certo?
Enfim, gostaria de sugerir tal pesquisa e até me coloco à disposição para auxílio, caso precisem.
Att.
Ricardo Castro