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Copa 2014: MP investiga suposta saída de Adail Pinheiro para Arena

O Ministério Público Estadual informou neste sábado (14) que vai investigar uma denúncia de que o prefeito de Coari, Adail Pinheiro (sem partido), que está preso preventivamente em regime fechado por acusação de crime de exploração sexual infanto-juvenil, supostamente saiu […]

O ex-prefeitoAdail Pinheiro no momento da prisão em fevereiro de 2014 (Foto: Reprodução TV Amazonas)

Por Kátia Brasil Publicado em: 14/06/2014 às 21:28

O Ministério Público Estadual informou neste sábado (14) que vai investigar uma denúncia de que o prefeito de Coari, Adail Pinheiro (sem partido), que está preso preventivamente em regime fechado por acusação de crime de exploração sexual infanto-juvenil, supostamente saiu da cadeia no Comando da Cavalaria da Polícia Militar para assistir a partida entre Itália e Inglaterra na Arena da Amazônia.

Segundo a denúncia ao MP, Adail Pinheiro foi visto por volta das 17h dentro de um carro Corola prata em companhia do detento Rafael Souza, que cumpre prisão no regime semi-aberto por crime de homicídio.

Conforme a denúncia, o prefeito vestia uma blusa azul marinho com faixas amarelas. O carro passou pela triagem da Polícia Militar no entorno do estádio Arena da Amazônia. Além dos dois presos, outros dois homens ocupavam o veículo. Um deles era o condutor.

À agência Amazônia Real, o promotor Fábio Monteiro disse que foi acionado para apurar a denúncia por volta das 17h59. Ele afirmou que chegou ao Comando da Cavalaria às 18h30, mas o detento Adail Pinheiro estava na cela.

“Fui ao Comando da Cavalaria para checar a informação. Encontrei Adail Pinheiro dentro da cela. Ele estava assistindo ao jogo pela televisão. Mas, vestia uma blusa azul marinho com uma faixa amarela”, afirmou o promotor Fábio Monteiro, que é coordenador do Centro de Apoio e Combate ao Crime Organizado (CAO-Crimo).

Fábio Monteiro disse que fará um relatório sobre o caso ao procurador-geral de Justiça, Francisco Cruz. Segundo ele, o detento Rafael Souza cumpre prisão no regime fechado, mas tem que retornar a cadeia às 20h.

“Segundo a denúncia, ele foi visto às 17h e estava com uma blusa azul marinho com uma faixa amarela. Talvez foi reconhecido e voltou? Então é preciso investigar”, afirmou o promotor Fábio Monteiro.

O prefeito afastado do município de Coari, Adail Pinheiro está preso desde o dia 8 de fevereiro no Comando de Cavalaria da Polícia Militar, em Manaus. Ele é acusado de comandar uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes na cidade.

No dia 04 último, a CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes da Câmara Federal pediu indiciamento de Pinheiro ao Ministério Público Federal por crimes sexuais. Ele não é investigado na esfera federal.

Adail Pinheiro foi também denunciado, pela primeira vez, por crime de estupro de vulnerável pelo Tribunal de Justiça do Amazonas. A denúncia do Ministério Público Estadual foi acatada por unanimidade no dia 3 de junho.

Em fevereiro deste ano, o prefeito afastado de Coari, Adail Pinheiro foi acusado de receber regalias na prisão do Comando de Cavalaria da PM. Do lanche ao jantar, as refeições eram enviadas de lanchonetes e restaurantes, conforme apurou o site Amazônia Real.

A reportagem da agência Amazônia Real procurou o advogado Alberto Simonetti Neto, que defende Adail Pinheiro. Ele disse que não estava sabendo da denúncia da suposta saída do prefeito da cadeia. “Se não for verdade é mais um boato criado para conturbar estrategicamente o andamento processual do processo”, afirmou o advogado.

Até o fechamento desta reportagem, o promotor Fábio Monteiro não divulgou o resultado da investigação sobre a suposta ida de Adail Pinheiro ao jogo da Copa do Mundo.

Reportagem Noticiosa

Sobre a matéria

Kátia Brasil

Kátia Brasil é co-fundadora e editora executiva da agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real, com sede em Manaus (AM). Recém formada pela Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, foi morar na Amazônia no início do ano de 1990. Trabalhou nas TVs Educativa e Cultura e nos jornais O Globo, A Gazeta de Roraima, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Entre os prêmios que ganhou estão o Esso Regional Norte 1991 e Women Journo Heroes (#JournoHeroes), da International Women’s Media Foundation (IWMF), em 2019, Prêmio Abraji, em 2020, Vladimir Herzog e Comunique-se, ambos em 2021. É uma das jornalistas brasileiras +Admiradas Negras da Imprensa Brasileira, em 2024. É diretora editorial do Projor/Observatório da Imprensa. Conselheira do Tornavoz e RBJA, e membra da Comissão da ABI Ambiental. Foi eleita em 1o. lugar Região Norte do Prêmio TOP 100 +Admirados Jornalistas Brasileiros. Integra o forbiddenstories.org, o Fórum Permanente das Mulheres de Manaus (FPMM) e o Coletivo Mães Pela Diversidade em defesa das pessoas LGBTQIAPN+. ([email protected])