O desmonte ambiental e a resistência em Rondônia

O Estado enfrenta uma intensa tensão entre a economia, a política - alinhada à extrema-direita - e o meio ambiente, onde a devastação avança sobre áreas protegidas, que são as Terras Indígenas, Reservas Extrativistas e Unidades de Conservação por meio de grilagem e garimpo ilegal. O Ministério Público atua como uma barreira institucional jurídica essencial, utilizando ações civis públicas, inquéritos e articulação com órgãos de fiscalização para forçar a máquina estatal a agir.

Queimada em Unidade de Conservação, em Rondônia (Foto: Ascom/MPRO).
Amazonia Real Por Amazônia Real Publicado em: 07/10/2025 às 16:08
Citações

“Quando a gente está à frente de um movimento, está sempre sob ameaça. Ficamos sempre atentas às nossas famílias. A luta sempre foi com muito derramamento de sangue. Hoje não é diferente, sabemos os riscos que a gente tem. Eu acho que se a gente não tivesse essa confiança já teríamos sido dizimados e isso nos fortalece, nos dá essa resiliência” - Maria Leonice Tupari, que integra o conselho da Associação de Guerreiras Indígenas de Rondônia (AGIR).


“Aqui no estado de Rondônia a gente enfrenta uma dificuldade grande em relação a todos os desafios, isso porque o poder da extrema-direita aqui no estado é muito grande. São deputados e senadores, quase todos bolsonaristas. Então a gente tem essa dificuldade. Um dos poucos pontos de apoio é o Ministério Público Federal, mas que pode pouco, apesar dos esforços”- Bitaté Uru-Eu-Wau-Wau-Juma, presidente da Associação do Povo Indígena Uru-Eu-Wau-Wau.


 

 “A devastação altera o regime de chuvas e ameaça a própria agricultura. Será inevitável um debate social, econômico, ético e filosófico para conciliar desenvolvimento e preservação, porque enquanto houver cisão entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental, só o Judiciário não conseguirá resolver o problema” - Neidinha Bandeira, fundadora da Kanindé.


“Esse projeto legislativo, chamado de PL da Devastação, tem impacto nacional e não só em Rondônia. O dano é significativo e global, por conta da importância da Amazônia. Todos os membros do Ministério Público de Meio Ambiente do Brasil inteiro se manifestaram contrariamente. A orientação é de que o projeto deveria ter sido vetado na íntegra, o que infelizmente não aconteceu. Mas o Ministério Público ambiental seguirá lutando contra” - promotor Pablo Hernandez (MPRO).


 

 

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