Povos Indígenas

Enawenê-Nawê querem mudar acordo com usinas

Amazonia Real Por Nicoly Ambrosio Publicado em: 12/07/2023 às 08:11
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“O recurso não é para comprar coisas fúteis e para o nosso próprio bem, e sim para ser usado na manutenção dos rituais do povo Enawenê-Nawê” - Xoxokwa Enawenê, representante Enawenê-Nawê


 

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Nicoly Ambrosio

É jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e fotógrafa independente residente na cidade de Manaus. Como repórter, escreve sobre violações de direitos humanos, conflitos no campo, povos indígenas, populações quilombolas, racismo ambiental, cultura, arte e direitos das mulheres, dos negros e da população LGBTQIAPN+. Já expôs trabalhos fotográficos no 10° Festival de Fotografia de Tiradentes (Tiradentes/MG, 2020) e Galeria do Largo - Espaço Mediações (Manaus/AM, 2020). De 2020 a 2022, participou do projeto de Treinamento no Jornalismo Independente e Investigativo da Amazônia Real.

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1 Comentário

  1. Davilson Brasileiro disse:

    As construções das PCHs se iniciaram a mais de 13 anos atrás, na época desses encontros e reuniões que aconteceram, com algumas das lideranças e caciques dos Enawenê Nawê, que não tinham naquele momento a capacidade de entendimento completo sobre os empreendimentos, porque não falavam direito o português, não conseguiam interpretar os textos, nem sabiam o valor real do dinheiro e apesar das suas suspeitas, não tinham a capacidade de prever as consequências trágicas do que estava para acontecer.
    A etnia tem o peixe como base da sua alimentação. A pesca é um dos principais rituais sagrados do povo, o Yaokwa, onde os homens ficam dois meses fora de casa pescando e, na volta, são recebidos pelas famílias com muita festa.

    Talvez, até de boa fé, os representantes das empresas Amaggi e Bom Futuro conseguiram a concordância em acordos que com o passar do tempo, se comprovaram extremamente lesivos à comunidade Enawenê Nawê, “com as barragens causando impactos irreversíveis às migrações de peixes, pois impedem que os peixes subam o leito do rio para se reproduzirem, a chamada piracema. Isso fez com que, ao passar dos anos, os peixes se tornassem cada vez mais escassos, até desaparecessem quase por completo, conforme já era previsto, com a consequente perda não só do alimento, mas dos costumes e da cultura ligados a pesca, afetando a prática imaterial dos rituais e oferendas espirituais, causando até suicídios entre os jovens da aldeia.

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