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As cenas da seca do rio Negro em Cacau Pirêra

A seca do rio Negro este ano levou o fotógrafo amazonense Joel Rosa para o Distrito de Cacau Pirêra, município de Iranduba, na região Metropolitana de Manaus. Ele registrou imagens da população em busca de água potável em cacimbas, […]

Por Amazônia Real Publicado em: 20/10/2015 às 11:22

A seca do rio Negro este ano levou o fotógrafo amazonense Joel Rosa para o Distrito de Cacau Pirêra, município de Iranduba, na região Metropolitana de Manaus. Ele registrou imagens da população em busca de água potável em cacimbas, cavadas rusticamente no leito de um igarapé. Além da vazante, a população está enfrentando a fumaça das queimadas em áreas de agropecuária.

Joel Rosa é um dos parceiros da agência Amazônia Real e tem um trabalho voltado para as mudanças do cotidiano da população ribeirinha durante a seca e enchente dos rios. Segundo ele, nesta parte de Cacau Pirêra a vazante (descida das águas) do rio Negro está sendo tão rápida que a população está andando quilômetros para encontrar água potável e encher garrafões, latas e panelas para o armazenamento. Muitas embarcações estão atoladas na lama.

A medicação da vazante do rio Negro em Cacau Pirêra tem como referência o monitoramento que é feito no Porto de Manaus. Nesta terça-feira (20/10), o nível das águas chegou aos 17 metros. A marca está fora da emergência, que é de 15,80 m. A maior seca do rio Negro, em Manaus, foi em 2010, quando as águas chegaram ao mínimo de 13,63 m, o menor em 108 anos que é feita a medição no porto.

O rio Negro, que nasce na Colômbia, é o maior afluente da margem esquerda do rio Solimões, e o segundo mais volumoso do mundo. Sua foz é em Manaus, onde ele se encontra com o Solimões e forma o rio Amazonas.

A vazante no Negro recebe a influência da seca do Solimões, assim como na enchente. Especialista na hidrologia da bacia amazônica, Marco Antônio Oliveira afirma que o fenômeno El Niño (aquecimento do Oceano Pacífico) diminuiu as chuvas nas cabeceiras dos rios. Em Manaus, o ritmo da vazante se intensificou bastante essa semana, mas, segundo Oliveira, o nível do Negro ainda é considerado normal.

“Por causa do El Niño não é preciso dizer no momento se a seca do rio Negro vai terminar este mês, como em 2010, ou se prolongará até novembro, como aconteceu em 1997”, disse Oliveira, que é superintendente do Serviço Geológico do Brasil.

Veja a galeria de fotos de Joel Rosa:

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*As fotografias desta galeria podem ser republicadas em outros veículos com a autorização do autor.

Reportagem Noticiosa

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