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Retrospectiva 2019: o que foi notícia na Amazônia pelo olhar dos jornalistas

A agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real entrou o ano de 2019 conquistando um reconhecimento notável em 31 de janeiro: o Prêmio Rei da Espanha de Jornalismo de Meio de Comunicação de Maior Destaque da Ibero-América, concedido pela […]

Por Amazônia Real Publicado em: 28/12/2019 às 01:54

A agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real entrou o ano de 2019 conquistando um reconhecimento notável em 31 de janeiro: o Prêmio Rei da Espanha de Jornalismo de Meio de Comunicação de Maior Destaque da Ibero-América, concedido pela Agência EFE. A agência concorreu com outros 200 projetos de 18 países. Na justificativa, o júri “valorizou o épico do trabalho, a solidez e o prestígio de uma pequena equipe de jornalistas que trabalha com informações locais”. Na ocasião, a Amazônia Real não comemorou a premiação porque neste mesmo dia o jornalista Vandré Fonseca foi internado após sofrer um infarto no coração, em Manaus. Ele passou por uma cirurgia cardíaca, mas não resistiu às complicações e faleceu em 17 de fevereiro. A perda desse jornalista combativo na defesa do meio ambiente e da Floresta Amazônica foi muito difícil para toda a equipe da agência.

Mas o trabalho tinha que seguir adiante; afinal, como destacou o júri do Prêmio Rei da Espanha, os profissionais da Amazônia Real têm sensibilidade na busca de grandes histórias da Amazônia e de suas populações, especialmente daquelas que têm pouco espaço e visibilidade na chamada grande imprensa.

É por esta razão que a Retrospectiva de 2019 foi realizada diferente este ano. Em vez de publicarmos para os leitores as matérias mais lidas, mais curtidas, mais visualizadas, cada um dos profissionais que participa da rede de jornalistas nos estados da Amazônia brasileira escolheu a reportagem que foi mais importante fazer. Durante o ano, eles deram voz aos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, extrativistas, mulheres, etc. Reportaram denúncias de desmatamento, queimadas, contaminação de agrotóxicos e de chumbo, violação de direitos humanos; falaram sobre os refugiados e migrantes, os conflitos agrários e territoriais e demais temas que repercutiram dentro e fora da Amazônia em um ano em que a região voltou a ocupar o espaço de disputas de narrativas ideológicas, políticas e econômicas. Este contexto levou a cobertura do jornalismo independente da Amazônia Real a ser ainda mais vigilante frente às ocorrências de ameaças e violência contra as populações tradicionais, os povos indígenas e os defensores do meio ambiente, para que suas vozes não ficassem silenciadas.

A Amazônia Real aproveita esse momento em que refletimos sobre a chegada de Um Novo Ano para agradecer a todos os colaboradores que participaram da produção de conteúdos, começando pelos jornalistas, fotógrafos, colunistas, editores, designers, desenvolvedores, entre outros; os parceiros, apoiadores, amigos e admiradores. Feliz 2020!

Povo Kanamari luta pela resistência no Vale do Javari

Aldeia Massapê, dos Kanamari, na Terra Indígena Vale do Javari
(Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real)

Por Elaíze Farias

“Viajar até o rio Itacoaí, na Terra Indígena Vale do Javari (AM), para ver, ouvir e compreender os Kanamari foi a realização de um projeto que eu cultivava há mais de um ano. Eu e o fotógrafo Bruno Kelly empreendemos uma viagem longa e complexa. Conhecemos um povo extraordinário e resistente, que tinha pouco ou nenhum espaço na imprensa para relatar sua realidade. Em um momento do país em que os ataques aos indígenas estão cada vez mais agressivos e permanentes, sobretudo nas regiões de difícil acesso logístico, a reportagem com os Kanamari foi uma experiência marcante e necessária”. Leia a reportagem. Assista ao vídeo.

Os venezuelanos que fugiram de confrontos em seu país

(Foto: Vanessa Vieira/Correio do Lavrado/Amazônia Real)

Por Nayra Wladimilla

“O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, havia anunciado o fechamento de todas as fronteiras do país a partir do dia 21 de fevereiro deste ano, em represália à ajuda humanitária solicitada pelo líder da oposição, Juan Guaidó, para o presidente dos EUA, Donald Trump. Eu viajei até Pacaraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela, para acompanhar a tentativa brasileira de enviar os dois caminhões contendo doações de alimentos, fracassada pela Guarda Nacional Bolivariana. Vi várias pessoas fugirem pelo Brasil a pé, com malas e sacolas nas cabeças, após dias enfrentando fome, ataques dos militares conterrâneos, e incertezas. Vi solidariedade do povo que estava do lado de cá, oferecendo água, comida e até um teto momentâneo. Vi as pessoas pintando seus rostos com a bandeira da Venezuela, pedindo paz. Havia muitos compartilhamentos de vídeos das represálias do governo no outro lado da fronteira. Foi um momento de tensão, e também muito impactante”. Leia aqui. Veja as reportagens sobre os migrantes Warao.

“Bolsonaro não está nem aí para a vida do índio”

Por Kátia Brasil

“Os Kinja, também conhecidos como Waimiri-Atroari, estavam apreensivos com as ameaças do presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), que naquela ocasião tinha declarado a obra do Linhão de Tucuruí como um empreendimento de interesse da política de segurança nacional, o que excluía os próprios indígenas a fazer a Consulta Prévia da Convenção 169 sobre Povos Indígenas e Tribais, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que é Lei no Brasil. Estou vivendo na Amazônia há 29 anos, e esse ano foi a primeira vez que fui convidada pelos Kinja para visitar a Terra Indígena Waimiri-Atroari, apesar de sempre ter acompanhado a situação deles. O fotógrafo Bruno Kelly me acompanhou na reportagem. Então, foi uma satisfação muito grande conhecer a casa deles e falar com as mulheres e ouvir delas a opinião sobre as violações de direitos e impactos ambientais contra o território, que fica entre os estados do Amazonas e de Roraima”. Leia a reportagem.

A família que perdeu dois filhos para a raiva humana

Dona Débora e Seu Levi, pais de Mateus
(Foto: João Paulo Machado/Amazônia Real)

Por Izabel Santos

“Acompanho a situação da saúde de Mateus Silva desde 2017, quando sua família teve a vida radicalmente mudada após os filhos contraírem raiva humana. A situação deles mostra o descaso das autoridades e a violação de direitos humanos que leva à invisibilidade em que tantas pessoas vivem na Amazônia. A condição atual do Mateus e da sua família poderia ter sido evitada com medidas simples e o mínimo de humanidade por parte das autoridades”.

“Eles seguem ignorados e tendo que lutar por aquilo que é direito deles. Trata-se de uma história que não deve ser esquecida”, diz Izabel. Leia a reportagem.

Os especialistas Kumuã do Alto Rio Negro

O kumu Otávio Barreto (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)

Por Fábio Zuker

“Essa reportagem vem acompanhada de um curta-metragem sobre os Kumuã, como são conhecidos os pajés na região do Alto Rio Negro, no Amazonas. O cenário é composto por rios e corredeiras – uma das regiões mais preservadas da Amazônia e alvo de interesse da exploração de mineradoras. Em cada aldeia e em cada conversa com os indígenas, tentamos retratar a luta dos Kumuã pela perpetuação das suas formas de fazer mundos e pessoas. Trata-se da força e da potência do conhecimento que eles têm e lutam para manter, frente ao descaso da ciência ocidental. Um complexo sistema de compreensão do corpo, que tentamos, ainda que de maneira pontual, frente à riqueza deste conhecimento, trazer para os textos e para o vídeo”. Leia a reportagem. Veja também: A picada da j a raraca e o desprezo ao conhecimento dos Kumuã do Alto Rio Negro

Grupos musicais indígenas fazem turnê no Brasil

Show de Djuena Tikuna no Teatro Amazonas
(Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)

Por Maria Cecília Costa

“Escolhi essa matéria porque é extremamente representativa nos dias atuais, tanto por promover um evento com temática sobre povos originários, quanto por trazer falas dos artistas, que já estavam passando por várias cidades ao redor do Brasil. Tenho orgulho de ter tido o prazer de entrevistá-los em meio a tudo isso e escrever sobre suas perspectivas”. Leia a reportagem.

O protesto das mulheres indígenas contra Bolsonaro

Mulheres ocupam o Ministério da Saúde (Foto: Kamikia Kisedje/Mídia Ninja)

Por Maria Fernanda Ribeiro

“Em agosto de 2019 aconteceu em Brasília a primeira Marcha das Mulheres Indígenas. E eu estava lá cobrindo tudo para a Amazônia Real. Foram quatro dias intensos, em um marco histórico para o Brasil, que reuniu cerca de 2000 mil mulheres indígenas, de todos os cantos do país, que chegaram à capital federal pelos mais diferentes meios de transporte, com o propósito de colorir com as cores do urucum e do jenipapo as largas avenidas da cidade que mais segrega do que une. Sob o lema ‘Território: nosso corpo, nosso espírito’ e com o objetivo de mostrar a legitimidade da participação delas nos movimentos indígenas, cantaram e entoaram que não são invisíveis e que voz, força e resistência não lhes faltam. Acompanhar tudo isso de perto foi um dos meus melhores momentos como jornalista em 2019. Por essas e outras que eu saúdo mais uma vez o jornalismo independente da Amazônia Real”. Leia sobre a Marcha das Margaridas.

Sérgio Moro não impediu o “dia do fogo”

Por Vivianny Matos

“Apuração, imparcialidade, denúncia, responsabilidade com os fatos e personagens da reportagem. Foi assim escrever a matéria sobre o ‘Dia do fogo’. Uma força tarefa foi feita para correr contra o tempo, porém, sem expor os fatos antes de checar todas as informações”. Esta reportagem fez parte da série Amazônia em Chamas sobre os incêndios florestais na região entre os meses de agosto e setembro.

Leia também a reportagem sobre as ameaças ao jornalista Adecio Piran, que denunciou o “dia do fogo”.

O fogo apocalíptico de Rondônia

Imagem do sobrevoo em incêndio florestal em Rondônia
. (Foto: Victor Moriyama/Greenpeace)

Por Thaís Espinosa

“A reportagem trouxe o cenário das queimadas, que se faz presente em Rondônia há um tempo, mas neste ano tomou proporção assustadora. Em meados de agosto, o céu, que costuma ser contemplado por suas cores vibrantes, mudou completamente a roupagem e trouxe uma cena apocalíptica que acompanhou a capital por alguns dias. Rondônia é um dos estados mais desmatados da região amazônica – sofre forte pressão do agronegócio, com aumento da monocultura e consequente perda da floresta”.

“Ativista, moradores, movimento social e liderança indígena trazem em seus relatos os impactos desse modelo de “desenvolvimento” e apontam a falta de visibilidade ao território perante questões tão graves”, afirma Thaís. Leia a reportagem.

Os animais silvestres mais ameaçados pelas queimadas

Fumaça no refúgio das Araras na Estação Ecológica Cuniã, em Rondônia
(Foto: Michael Dantas/WWF-Brasil)

Por Alicia Lobato

“Escolho essa reportagem tanto pelo tema quanto pelo contexto em que foi publicada. Nesse ano, as queimadas viraram a pauta por muitos fatores, e ter contribuído para a disseminação do que houve na Amazônia, e falar sobre essa questão dos animais afetados foi uma experiência única”. Leia aqui a matéria que fez parte da série Amazônia em Chamas.

O caso dos brigadistas de Alter do Chão mostra falhas da Polícia Civil do Pará. Leia Investigação do MPF aponta grileiros como autores do fogo na unidade de conservação

Os quatro brigadistas João, Daniel, Marcelo e Gustavo foram presos e tiveram os cabelos raspados na Penitenciária Agrícola Silvio Hall de Moura, em Santarém
(Foto Marizilda Cruppe/Colabora)

A morte do cacique Emyra Wajãpi no Amapá

Por Bianca Andrade

“A morte do cacique Emyra Wajãpi se mantém como uma impunidade para os indígenas, mas o MPF concluiu que foi um afogamento e, no dia 13 de dezembro, arquivou o inquérito. Acompanhei o caso desde as primeiras informações sobre a suposta invasão de garimpeiros em Terra Indígena Waiãpi, localizada no Amapá, e com muita responsabilidade e sem sensacionalismo, ouvi as instituições responsáveis pela apuração das denúncias e, principalmente, o lado de quem permanece com a dor da perda. Em uma das reportagens, entrevistei filho de Emyra, Aikyry Wajãpi”. Leia a reportagem.

A violência dentro e fora das aldeias Guarani-Kaiowá

Indígena ferido no araque aos Guarani-Kaiowá na aldeia Bororó, na TI Dourados
(Foto: Assejur/Cimi/12/09/2019)

Por Izabela Sanches

“A violência contra os Guarani Kaiowá tem mudado de forma, o que não significa que a situação esteja melhor. Enquanto os assassinatos em disputas de terra diminuíram, a violência pela degradação das instituições públicas, paralisação das demarcações e abandono das aldeias se intensificou. Essa reportagem buscou mostrar como esses povos estão completamente negligenciados pela sociedade de modo geral”. Leia a reportagem. Além dos Guarani Kaiowá, os povos Guajajara foram muitos atacados este ano. Quatro indígenas foram assassinados no Maranhão.

O tráfico impõe medo aos indígenas do rio Envira

Povo Huni Kuin na Floresta Amazônica, Acre ( Foto: Guto de Lima/CC2.0)

Por Freud Antunes

A reportagem traz o drama vivido pelos indígenas Huni Kuin da Terra Indígena Katukina/Kaxinawá, no município de Feijó, na fronteira do estado Acre com o sul do Peru. Foi necessário uma apuração criteriosa e a confirmação dos dados de forma incansável, pois muitos indígenas tinham medo de falar sobre o temor que sofrem da atuação das facções nas aldeias. Também foi muito triste sentir as dificuldades no combate ao crime organizado neste parte do Brasil por falta de recursos do poder público. As instituição, que deveriam proteger os territórios indígenas e investigar os casos de violência, não têm embarcações e combustível, deixando a região vulnerável e os crimes na impunidade.

Moradores de Barcarena com chumbo no sangue

Lucivaldo e Rackel Baía cuidam da mãe, Dona Raimunda Baía
(Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)

Por Cícero Pedrosa Neto

“Contar a história do bairro Dom Manoel em Barcarena foi uma experiência que me marcou profundamente. Eu nunca imaginei que em plena Amazônia pudesse existir um bairro com uma história que mais parece um roteiro cyberpunk. As pessoas que viviam no bairro Dom Manoel simplesmente fugiram para não morrer contaminadas pelos poluentes do coque, do manganês e das refinarias de minérios. Ao entrar no bairro, o silêncio das pilhas de tijolos amontoados nos lotes onde estavam as casas, os muros que dividiam a vida familiar das instalações das empresas, e o mato alto cobrindo os escombros das poucas casas que ainda restaram em pé, produzem uma atmosfera semelhante ao de um cenário arrasado por algum tipo de praga ou guerra. E foi mais ou menos isso que aconteceu ali, segundo os ex-moradores”.

“O pior de tudo é notar que essas pessoas são invisíveis tanto para estado quanto para as empresas, que seguem em suas atividades como se nada tivesse acontecido”, diz Pedrosa. Leia a reportagem.

A educação indígena requer valorização

A estudante Vanda Ortega Witoto
(Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)

Por Jackeline Lima

“Sou estudante de graduação, e quando pensei em escrever a próxima matéria me veio à mente de eu ter tido a oportunidade do mundo para estudar e a quão grata eu era por isso, e ao mesmo tempo me veio o questionamento: ‘e as pessoas com realidades diferentes da minha? ’. Logo pensei nos povos indígenas, temática abordada com frequência pela Amazônia Real. Até aquele momento, educação indígena ainda era um assunto desconhecido para mim – e tenho certeza de que para muitas pessoas também -, e eu gostaria que, de alguma forma, pudesse mudar isso e dar voz à essas pessoas. Durante a construção da reportagem, me deparei com relatos muito humanos, querendo exercer um direito fundamental garantido em lei, para ajudarem, principalmente, os seus povos através da educação. Isso me fez ter um olhar diferenciado para as populações indígenas e para o papel do jornalismo na sociedade”. Leia aqui.

Os colunistas comentam os artigos

Os artesãos solidários (Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real)

Elvira Eliza França diz que sua melhor coluna de 2019 foi Economia Solidária: uma ação cooperativa de inclusão social. “Para mim, foi o artigo mais desafiador. Fui para o final do século XVIII e início do século XX para encontrar a origem do movimento organizado dos artesãos, fazendo frente à industrialização na Europa. Esse movimento no Brasil teve início na década de 60, com o metalúrgico do movimento sindical e estudante de economia Paul Singer e Aluízio Mercadante (do PT), que desenvolveram o programa denominado de “economia solidária”, para formar trabalhadores para o cooperativismo, associações e grupos de trabalho, com o apoio da Universidade de São Paulo (USP). Na década de 80, a Cáritas começou a captar recursos do exterior para os projetos cooperativos, e na década de 90, professores da Fiocruz iniciaram um trabalho de geração de renda com desempregados da favela da Maré (RJ), minimizando o envolvimento deles com o tráfico de drogas. Em Manaus, a Cáritas apoia projetos para a formação de cooperativas populares há anos. Na reportagem, as artesãs contam sua história de vida e como foi seu envolvimento com o trabalho cooperativo. Em 2018, elas conquistaram um espaço privilegiado da Secretaria de Estado de Trabalho (Setrab), na Galeria +, para a venda de seus produtos”.

População tradicional será impactada pela mineradora Belo Sun, em Altamira
(Foto: Todd Southgate)

Lúcio Flávio Pinto indicou a reportagem “Não há futuro para a Amazônia” que a jornalista Cristina Serra fez com ele. “Gosto de ser questionado e poder falar sobre os temas relevantes que me provocam, quando bem colocados. E a matéria saiu no dia em que completei 70 anos”. A reportagem foi publicada pelo site do #Colabora, parceiro da Amazônia Real.

“A democracia não chegou na Amazônia. É a região brasileira tardia, a última que se incorporou ao país, e vista de fora para dentro“ , diz Lúcio.

Colheita de cana de açúcar (Fotos Wenderson Araujo/CNA)

O cientista Philip Martin Fearnside publicou este ano 54 artigos em sua coluna na Amazônia Real. Para ele, o texto que chamou bastante atenção foi o que fez em parceria com com Lucas Ferrante intitulado “Cana-de-açúcar ameaça a floresta amazônica brasileira e o clima mundial – etanol brasileiro não é limpo”. Trata-se de um assunto com grandes consequências para a floresta e que vem se evoluindo rapidamente desde a publicação do texto. Em 07 de dezembro foi anunciado um novo investimento de R$ 4,4 bilhões para biocombustíveis na região. Estes desenvolvimentos são coerentes com o desmonte generalizado da área ambiental sob a administração presidencial que começou em janeiro de 2019, detalhado em outro texto com Lucas Ferrante, e também espelha o “efeito Bolsonaro” refletido nos números de desmatamento”.

A colunista Fátima Guedes indicou o artigo “Chamas de Esperançamento”. “O momento brasileiro clama por reinvenções e intervenções sobre modelos e lógicas existenciais de caráter humanizantes. A Saúde, enquanto direito de todos e dever do Estado, perfila entre os inúmeros ecos que dialogam coletivamente na perspectiva da Universalidade, Igualdade e Equidade Social. Ainda que falares de Marinas Parteiras, somados a outros gritos sejam abafados nos bastidores do fascismo republicano, o esperançamento resiste e teimosia nas possibilidades de um Brasil alicerçado na Ética Universal dos seres Humanos legitimamente defendida pelo Patrono da Educação Brasileira, o Educador Paulo Freire.
Em síntese, os anúncios partejados por D. Marina também reafirmam intervenções necessárias na efetivação dos dispositivos constitucionais em defesa dos direitos individuais e coletivos por um Bem Viver Universal”.

Ilustração do @blocogarotassolteiras

O colunista Juarez Silva Jr escolheu o artigo “Lugar de fala, esse incompreendido”. “Ele trata de um tema que permeou muitas das discussões de ativistas em 2019, inclusive as minhas. Também foi o que teve aparentemente maior ‘retorno prático’, uma vez que foi selecionado e cedido para compor material didático da Secretaria de Educação de SP”.

“O lugar de fala não é só questão de percepção, mas é grandemente, e essa é muito mais particular que coletiva”, diz Juarez.

Os Prêmios de 2019

Em Madri, a agência Amazônia Real recebe o Prêmio Rei da Espanha

Rei Felipe VI, Alberto César e Elaíze Farias (Agência EFE)

Colabora, Amazônia Real e Ponte ganham prêmio Vladimir Herzog pela série “Sem Direitos”

As equipes da Ponte Jornalismo, Amazônia Real e Colabora no Prêmio Vladimir Herzog 2019 (Foto: Alice Vergueiro)

Reportagem sobre crianças sem aulas em Rondônia, produzida pela Amazônia Real, ganha 3º Prêmio Radiotube

Gabriela Rabaldo e Thaís Espinosa
(Foto: Criar Brasil)

Oficinas e eventos

Alunos destacam o aprendizado e o impacto do jornalismo socioambiental após a oficina da Amazônia Real e Climate Tracker

(Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)

Projeto da Amazônia Real promove oficina para jovens indígenas no uso da tecnologia e comunicação

Os alunos conheceram a história dos povos ancestrais em Manaus
(Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)

Artigo 19 realiza encontro sobre internet, direitos e comunicação, em Manaus

A organização Artigo 19 promove a discussão sobre internet, direitos digitais e comunicação
(Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)

Mulheres se juntam para torcer pela Seleção Brasileira Feminina, em Manaus

A transmissão da campanha Jogue como uma garota realizada em parceira entre a marca feminista Peita, a Amazônia Real e o Espaço Cultural Curupira atraiu mulheres em Manaus e em São Gabriel da Cachoeira na Copa do Mundo Feminina
(Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)

Amazônia Real promove roda de conversa sobre Ciência e Monitoramento com Ricardo Galvão

Evento aconteceu no Museu da Amazônia (Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)

Eliane Brum e o Brasil construtor de ruínas

A jornalista Eliane Brum fez a leitura do manifesto “Amazônia o centro do mundo”
(Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real)

As fotografias que marcaram o ano

Indígenas contra Bolsonaro (Foto: Yolanda Mêne/Boa Vista (RR))
Protesto de indígenas e funcionários da Funai (Foto: Talita Oliveira/Rio Branco (AC))
"Guerreiras Guajajara" na TI Caru (Foto: Erisvan Guajajara/Maranhão)
Dia Internacional da Mulher (Foto: Bruno Kelly/Manaus (AM))
Dia Internacional da Mulher (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Belém (PA))
Família de Mateus Silva (Foto: João Paulo Machado/Manaus (AM))
Acidente na ponte do rio Moju (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Pará)
Madeira ilegal na Terra Santa (Foto: João Paulo Machado/Presidente Figueiredo (AM))
Cacique Adílio Kanamari no Vale do Javari (Foto: Bruno Kelly/Amazonas)
Os Kinja da TI Waimiri Atroari (Foto: Bruno Kelly/Amazonas)
15o. ATL em Brasília (Foto: Alberto César Araújo)
Marcha das Mulheres Indígenas (Foto: Maria Fernanda Ribeiro/Brasília)
Marcha das Margaridas (Foto: Maria Fernanda Ribeiro/Brasília (DF))
Protesto contra redução de recursos no INPA (Foto: Izabel Santos/Manaus (AM))
A família de Raimunda Baía (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Barcarena (PA))
Queimada em setembro de 2019 em Rondônia (Foto: David Tesinsky/Greenpeace)
Fogo em Candeias do Jamari, em Rondônia (Foto: Victor Moriyama/Greenpeace)
Ato contra as queimadas na Amazônia (Foto: Alberto César Araújo/Manaus (AM))
Ato contra as queimadas na Amazônia (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Belém (PA))
Raoni Metuktire índicado ao Prêmio Nobel 2020 (Foto: Alberto César Araújo/Brasília (DF))
O físico Ricardo Galvão, ex-diretor do INPE (Foto: Alberto César Araújo/Manaus (AM)
5a. Marcha dos Povos Indígenas (Alberto César Araújo/Manaus (AM))
Árvores mortas pela barramento do Rio Xingu (Foto: Lilo Clareto/Altamira (PA)
Milton Hatoum com artistas (Foto: Alberto César Araújo/Manaus (AM))

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Reportagem Noticiosa

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