Moradores acusam Hydro de ameaçá-los com despejo em Barcarena

Mineradora norueguesa reivindica a atual ocupação Nossa Senhora de Fátima II, em que vivem funcionários da Albras e de empresas terceirizadas. (Foto: Ana Mendes/Amazônia Real) Barcarena (PA) – De segunda a sexta-feira, Romualdo, de 35 anos, trabalha na manutenção de […]

No ano de 2015, cerca de 50 famílias da comunidade de Nossa Senhora de Fátima II, distrito de Vila do Conde, município de Barcarena (PA), ocuparam uma propriedade que a Albrás Alumínio Brasileiro S/A reinvindica como sua. Em 2016, a empresa ingressou com ação de reintegração de posse junto à Justiça do Pará, que negou em primeira e segunda instâncias o pedido. No processo, o Ministério Público do Estado do Pará, considerando a função social da propriedade, recomendou que as famílias permaneçam no local. Dentre os moradores da ocupação, há pescadores, comerciários, diaristas e funcionários da Albrás. Recentemente, a Albrás começou a comercializar terrenos de sua propriedade no distrito de Vila do Conde, tendo interesse na venda da área ocupada pelas famílias. Por meio de funcionários, diretores da empresa enviam “recados” aos moradores, fazendo ofertas para que as terras sejam vendidas. Em outras situações, pessoas se apresentando como compradores informam que adquiram a área e vão utilizar a força para retirar os ocupantes. Barcarena, 2022 (Foto: Ana Mendes/Amazônia Real).
Amazonia Real Por Moisés Sarraf Publicado em: 06/04/2022 às 18:22
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“Eu te pergunto: por que a Albrás e a Hydro cantam que fazem tanta coisa em Barcarena, mas os caras querem desapropriar mais de 100 famílias, de uma área que eles não usam, não tem projetos?”, indaga o auxiliar administrativo Kledson Batista dos Santos, 38, um dos moradores e vice-presidente da Associação Nossa Senhora de Fátima II. “As casas que eles têm na Vila dos Cabanos estão sendo vendidas. Será que esses caras pegam área do governo federal, governo estadual, governo municipal só para vender? E os nossos governantes não veem isso?”


Links:


https://amazoniareal.com.br/vazamento-de-rejeitos-da-hydro-alunorte-causa-danos-socioambientais-em-barcarena-no-para/


https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/02/22/lucro-da-norsk-hydro-sobe-55-vezes-no-4o-tri-com-alta-nos-precos-do-aluminio.ghtml


https://apublica.org/2018/08/no-para-familias-expulsas-pela-vale-agora-brigam-contra-a-hydro/


http://ea.antaq.gov.br/QvAJAXZfc/opendoc.htm?document=painel%5Cantaq%20-%20anu%C3%A1rio%202014%20-%20v0.9.3.qvw&lang=pt-BR&host=QVS%40graneleiro&anonymous=true


https://amazoniareal.com.br/vazamento-de-rejeitos-da-hydro-alunorte-causa-danos-socioambientais-em-barcarena-no-para/


http://www.mpf.mp.br/pa/sala-de-imprensa/documentos/2018/tac_mp_estado_para_alunorte_norsk_hydro_brasil_05_set_2018.pdf


https://amazoniareal.com.br/o-igarape-morreu-nao-tem-mais-peixe-diz-moradora-sobre-impactos-em-barcarena/


 

https://amazoniareal.com.br/violacao-direitos-quilombolas-de-barcarena/

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Moisés Sarraf

Moisés Sarraf atua na cobertura jornalística sobre política, direitos humanos e questões socioambientais na região amazônica. Foi repórter do jornal O Liberal e da revista Amazônia Viva, no Pará, e colaborou com o jornal Folha de São Paulo e Agência Pública. Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará (2011) e mestrado em Comunicação, Cultura e Amazônia pela mesma instituição (2019). Atualmente, é doutorando do Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), em que desenvolve pesquisa sobre relações étnico-raciais na região do Marajó.

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