Votos de Gilmar e Dino contra marco temporal geram alerta em indígenas

Apesar de afastarem a tese do marco temporal, os votos dos ministros do STF mantêm condicionantes consideradas por lideranças indígenas como retrocesso de direitos e com riscos de conflitos

O ministro do STF Gilmar Mendes na Sessão plenária do STF, em 10/12/2025 - Julgamento do conjunto de quatro ações que discutem a constitucionalidade da Lei do Marco Temporal (Lei 14.701/2023) para a demarcação de terras indígenas (Foto: Antonio Augusto/STF).
Amazonia Real Publicado em: 15/12/2025 às 18:15
Por da Amazônia Real
Citações

“Esse prazo para concluir as demarcações impõe um marco temporal. Se em 10 anos a demarcação não acontecer, a gente vai perceber várias violações e violências de direitos humanos e direitos indígenas no Brasil. Primeiro se fala em marco temporal, agora se fala de 10 anos? O que é tudo isso, considerando violações dentro das terras indígenas tradicionalmente ocupadas? É muito preocupante e alarmante para nós, povos indígenas, que mantemos as florestas de pé” - Auzerina Macuxi


“Quanto mais se prolonga a permanência de posseiros em terras indígenas, maior é o risco de conflitos e violências. Além disso, pode ocorrer de o Estado não dispor de recursos suficientes para as indenizações ou de os posseiros questionarem judicialmente os valores fixados, o que pode arrastar os processos por muitos anos” - Junior Nicacio Wapichana

Nicoly
Nicoly Ambrosio

É jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e fotógrafa independente na cidade de Manaus. Como repórter, escreve sobre violações de direitos humanos, conflitos no campo, povos indígenas, populações quilombolas, racismo ambiental, cultura, arte e direitos das mulheres, dos negros e da população LGBTQIAPN+ do Norte. Em seu trabalho fotográfico, utiliza suportes analógicos, digitais e experimentais para registrar cenas da Amazônia urbana e de manifestações artísticas de rua marginalizadas, como a pixação e o graffiti. Desde 2018, participa de exposições de arte independentes e coletivas em Manaus. Já expôs trabalhos fotográficos no 10º Festival de Fotografia de Tiradentes (Tiradentes/MG, 2020) e na Galeria do Largo – Espaço Mediações (Manaus/AM, 2020). Recebeu o 1º Prêmio Neusa Maria de Jornalismo (2020), o Prêmio Sebrae de Jornalismo – AM na categoria Texto (2024) e o Prêmio Megafone de Ativismo na categoria Reportagem de Mídia Independente (2025). De 2020 a 2022, participou do projeto de Treinamento no Jornalismo Independente e Investigativo da Amazônia Real.

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